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08 de março: Viva o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora!

No dia 08 de março deste ano o MFP – Movimento Feminino Popular convocou um ato em Jaru para celebrar esta data tão importante para os povos em todo mundo e marcar seu verdadeiro significado. O Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, o próprio nome diz, é o dia das mulheres que trabalham, labutam diariamente para sustentar sua família, criar e educar seus filhos, para erguer as maiores obras, fazer funcionar as máquinas nas fábricas, colocar o alimento na mesa de cada casa deste Brasil. É o dia das mulheres do povo, fortes, guerreiras, que com os homens do povo produzem toda riqueza, carregam este país nos ombros e não se rendem, lutam para derrubar este sistema opressor onde os que mais trabalham são os que menos têm e os que menos trabalham são os que mais têm.

O início do ato foi anunciado com bandeiras vermelhas, canções de luta e brados de luta. Participaram mulheres e homens do povo, camponeses de várias áreas revolucionárias, estudantes e professores de Jaru e Porto Velho. Mulheres, homens e crianças percorreram as principais ruas de Jaru na celebração do dia 8 de marçoTambém estiveram presentes organizações classistas e a imprensa popular. Logo na abertura foram lembrados os nomes de quatro mártires da luta camponesa em Rondônia: Vanessa, Maria Bonita, Selma e Tonha.

Representantes dos movimentos e outros camponeses interviram, todos destacaram a importância da data, da participação ativa das mulheres na luta do povo nos campos e nas cidades, na Revolução Agrária contra o latifúndio e na luta antiimperialista. Quatro camponesas receberam uma simples, mas bela homenagem do MFP: Dona Maria de Souza (Vale do Anari), Dona Rosa (de Cujubim, mãe do companheiro Ruço), Dona

Maria (Jaru) e Dona Alzira (sobrevivente da batalha de Santa Elina). Faixas repudiam a presença de Bush e Condoleezza no BrasilEstas antigas companheiras da luta foram escolhidas para representar todas as mulheres que lutaram e lutam até hoje em Rondônia.

Encerrado o ato, iniciou-se uma vibrante manifestação. Os manifestantes organizados em colunas marcharam pelas ruas de Jaru com muitas bandeiras vermelhas, cartazes, faixas e gritando palavras de ordem. Alguns companheiros iam logo atrás da manifestação distribuindo o panfleto do MFP. A maioria da população recebeu de bom grado e admirou a organização e combatividade.

Na rodoviária dos colonos a manifestação parou para um ato importante: a queima das bandeiras dos Estados Unidos (EUA) e Israel. Os Estados Unidos hoje é a maior potência imperialista do mundo e Israel é uma de suas crias. Eles e mais meia dúzia de países são responsáveis por massacres e misérias na maioria esmagadora dos países e povos do mundo. No mesmo dia 08 de março o presidente dos Estados Unidos, Bush e seu braço direito, a secretária de Estado Condoleezza Rice, chegaram ao Brasil para acertar novas negociatas com empresários e o governo lambe-botas brasileiro para saquear ainda mais nosso povo e nossa nação. A faixa que ia na frente da manifestação em Jaru recepcionava os gringos: “Fora Bush e Condoleezza assassinos!”

Abaixo o feminismo burguês!

Manifestantes queimam bandeira dos ianques, símbolo da opressão aos povos de todo mundoA burguesia, os movimentos oportunistas, o feminismo burguês falam que o dia 08 de março é o dia de todas as mulheres: as mulheres do povo e as grandes empresárias, as latifundiárias, as deputadas e senadoras, as policiais. Não! As mulheres trabalhadoras não tem nada o que comemorar com estas carrascas do povo.

Um exemplo vivo de porque não devemos unir todas as mulheres é Condoleezza Rice. Ela é mulher e negra, mas isso não a difere dos homens que ocuparam seu cargo anteriormente, pelo contrário. Ela já visitou pessoalmente Iraque, Afeganistão, Palestina e Líbano, sempre se destacando na aplicação das ações imperialistas dos Estados Unidos.

Outro exemplo mais próximo. Em Rondônia temos um fato inédito no país: o comandante geral da PM é uma mulher, a coronel Angelina Ramires. Nem por isso a PM de Rondônia é diferente dos outros estados, trata o povo pobre com a mesma violência e também são fiéis cães-de-guarda na defesa das classes dominantes.

A origem da data já deixa claro o caráter de classe do dia 08 de março. A segunda Conferência de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, Dinamarca, em agosto de 1910 aprovou a organização de um dia internacional das mulheres, que foi comemorado em datas diferenciadas nos diversos países durante os primeiros anos que se seguiram.

Esta e outras frases escritas nos muros de Jaru expressam o desejo dos povos do mundo inteiroNo início de 1917, em Petrogrado (Rússia), sacudida pela fome e pelas dificuldades da guerra, uma grande mobilização de mulheres foi o estopim para um processo de grandes mobilizações e greves. Era o dia 8 de março. Após a Revolução Bolchevique, em outubro de 1917, unificou-se a data de 8 de março para a celebração do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.

Despertar a fúria revolucionária da mulher!

Mártires da luta camponesa em Rondônia:

– Vanessa Santos: tinha apenas 7 anos quando foi assassinada pela polícia e jagunços do latifundiário Antenor Duarte na batalha de Santa Elina, em Corumbiara. Ela lutava com sua família por um pedaço de terra para viverem em paz.

– Maria Bonita: ela também foi mais uma das 11 vítimas assassinadas no dia 09 e agosto de 1995, em Corumbiara. Esta companheira não foi identificada e foi batizada pelos companheiros da luta com o nome de uma mulher lutadora da história do povo brasileiro.

– Selma: a companheira lutava por um pedaço de terra com seu marido e seus dois filhos na tomada da fazenda Barlati, em Ariquemes. Ela foi assassinada pelo vigia do supermercado Triangulina, em Jaru, quando passava em frente ao comércio, voltando da festa do padroeiro da cidade.

– Tonha: ela foi assassinada por pistoleiros junto de seu esposo, Serafim em uma emboscada quando voltavam de uma reunião no Incra em Ariquemes. Eles eram lideranças de uma tomada de terra em Monte Negro.