Hoje no Brasil, milhões de jovens e adultos são analfabetos, sendo a maioria mulheres. Muitos nunca foram à escola, a maioria foi obrigado a largar os estudos quando ainda eram crianças para trabalharem e ajudarem no sustento da família. Aliado a isso, a péssima qualidade do ensino público. O resultado é alarmante, milhões que não sabem ou têm muita dificuldade de ler, escrever e fazer contas. Enquanto isso, os governos só fazem propaganda
Cansados de esperar pelos governos e para mudar este absurdo, a Escola Popular lançou a Campanha de Alfabetização.
Se os camponeses pelo país afora estão se organizado mais, construindo pontes, abrindo estradas, tomando latifúndios, cortando e distribuindo lotes para produzirem o sustento de suas famílias e garantirem o abastecimento das cidades, porque não conseguirão também acabar com o analfabetismo? Chegou a hora de mostrar o que o povo organizado é capaz de fazer também na educação. A Campanha de Alfabetização foi lançada em setembro de 2007 num encontro que reuniu 50 pessoas, entre camponeses, professores, estudantes, lideranças e apoiadores. Várias pessoas participam da Campanha, distribuindo panfletos e cartazes, montando as turmas, fazendo arrecadação.
O conteúdo do curso foram os princípios da Escola Popular e as técnicas de alfabetização, como trabalhar com os nomes dos alunos, usar brincadeiras com as palavras, matérias de jornais populares,músicas, poesias, histórias da vida e trabalho dos camponeses.
Este curso se repetirá a cada três meses para que os educadores possam conhecer e treinar outras técnicas de alfabetização e aprender ainda mais trocando as experiências que já terão. Inicialmente serão montadas 6 turmas, mas conforme surgirem outras áreas interessadas também poderão participar da Campanha.
Participação destacada das mulheres na Campanha de Alfabetização
Normalmente as mulheres se destacam nas tarefas da Escola porque têm mais experiência que os homens, pelo fato de acompanharem mais de perto a educação dos filhos. A Escola Popular considera essencial estimular a participação das mulheres e para isso conta com o apoio do MFP – Movimento Feminino Popular para organizar reuniões nas áreas com as mulheres e os homens, explicar a importância da mulher não ficar só dentro de casa e participar das lutas do povo, principalmente da Escola Popular.
Não conseguiremos varrer com o analfabetismo de nossas áreas se as mulheres não participarem ativamente da Campanha de Alfabetização.