– Se a gente contar, ninguém vai acreditar.
Olhamos na árvore e tinham umas marcas. “Que paca danada! Deixou a marca dos casco”, disse o Seu Chico.
Ficamos ali proseando. Escorei no pau, comecei a enrolar um cigarro e tô assuntando. Quando resolvo olhar pra cima, vocês não vão acreditar no que eu vi: era uma onça! Arregalei os olhos dum tanto!
Foi susto pro mês inteiro!
Seu Zé, que gosta duns causos exagerados, ficou com uma pontinha de tristeza por não poder contar a novidade de paca subindo em árvore. E na verdade verdadeira, o que aconteceu foi o seguinte: a onça pegou a paca e quando ela ia almoçá-la, sentiu nossa presença e num pulo só, subiu na árvore e ficou lá de prontidão. Quando os cachorros chegaram ela soltou a paca pra melhor se defender. Conclusão: o mérito da caçada daquela paca não é dos cachorros nem nosso, é da onça.
Não sei, eu acho que foi assim… Mas pode ter sido de outro jeito, quem vai saber?