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Editorial: O Brasil precisa é de uma grande Revolução

Passados seis meses de seu segundo mandato, Dilma/Lula/PT estão vendo cair por terra as máscaras que usaram para enganar o povo há mais de 20 anos. Fizeram tudo que disseram que não fariam: cortaram direitos trabalhistas como pensão, seguro desemprego e aposentadoria, reduziram o orçamento de educação e saúde. E como resultado, aprofundou a grave crise política e econômica do país, causada pela desindustrialização e desnacionalização da economia. O Brasil hoje é simples exportador de matéria-prima barata.

Os bancos, as grandes multinacionais, empreiteiras e os latifúndios são favorecidos com muito dinheiro, enquanto o povo amarga o aumento do desemprego, aumento do custo de vida e endividamento. A grave crise lança operários, professores, garis, caminhoneiros em greves cada vez mais combativas. A única saída para os trabalhadores é aumentar os protestos contra as medidas anti-povo e os cortes de direitos feitos por Dilma/PT.

No campo a situação é mais grave. A gerência petista investe milhões no chamado agronegócio, mas dá apenas esmolas para a agricultura familiar, responsável por mais de 70% dos alimentos servidos na mesa dos brasileiros. A reforma agrária falida do governo está paralisada e os camponeses que não esperam e tomam terras por conta, são brutalmente reprimidos.

Em Rondônia, camponeses em luta pela terra sofrem violentos ataques de bandos de pistoleiros fortemente armados, a mando do latifúndio. Em vários casos, policiais militares atuam nestes bandos. Só em 2015, cerca de 10 camponeses e ativistas foram assassinados em Buritis e Rio Pardo. O caso mais recente foi de Paulo Justino, líder de uma associação camponesa de Rio Pardo, assassinado logo após participar de uma reunião da Ouvidoria Agrária Nacional em Porto Velho. É o mesmo “roteiro da morte” onde vários outros camponeses foram mapeados para depois serem mortos.

Em maio, o acampamento Cajueiro 1 sofreu o despejo mais violento dos últimos meses.

Revolução Agrária, esperança de um país melhor

Irmãos de causa dos camponeses, os povos indígenas enfrentam a mesma repressão e elevam sua organização e luta.

Camponeses se organizam, tomam latifúndios, cortam as terras por conta, distribuem os lotes entre si e iniciam a produção. É o que fizeram as famílias das áreas Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2, em Ariquemes, e das áreas Zé Bentão, Maranatã e Renato Nathan, na antiga fazenda Santa Elina, em Corumbiara. São centenas de famílias que vivem com dignidade do seu próprio suor, ajudam a abastecer os mercados e a desenvolver o comércio das cidades vizinhas. Depois que cada família está em seu lote, a luta segue por melhores estradas, energia elétrica, maquinário, assistência técnica e preço justo para a produção camponesa, escolas e postos de saúde nas áreas. E uma das lutas mais importantes é pelo funcionamento das Assembleias Populares, onde os camponeses debatem e decidem sobre todos os problemas que lhes dizem respeito.

Esta é a Revolução Agrária, que avança pelos quatro cantos do Brasil e inspira camponeses sem terra, desempregados nas cidades ou explorados como meeiros em terra dos outros, camponeses acampados, estudantes e trabalhadores em greve nas grandes cidades.

É tarefa de todo o movimento camponês e seus apoiadores responder à nova ofensiva do latifúndio, com mais organização e luta combativa por cada direito dos camponeses. É preciso mobilizar centenas de pessoas nas cidades e linhas para tomarmos todas as terras dos latifundiários. É necessário ganharmos o apoio dos pequenos e médios comerciantes e demais simpatizantes.

As transformações de que o Brasil realmente precisa nunca serão realizadas pelas eleições podres e corruptas ou através de reformas de fachada. Só o povo organizado e lutando de forma independente e combativa pode conquistar seus direitos, destruir este sistema de miséria, injustiça e opressão e construir um novo país.