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Juiz ordena despejo violento em Machadinho

No último dia 27 de maio, mais de 30 famílias foram despejadas do acampamento Cajueiro 1, localizado na fazenda Paredão, na RO-257, em Machadinho D’Oeste. Participaram da ação vergonhosa policiais da PM, GOE, do serviço de inteligência, da Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, fortemente armados, em várias viaturas e até num helicóptero. Os policiais obrigaram todos acampados a deitarem no chão, prenderam oito camponeses e apreenderam 5 motos.

Há vários meses os camponeses do acampamento Cajueiro 1 vêm lutando pelo sagrado direito à terra, apoiados pela LCP. Houve várias reuniões de negociação com o Incra e Gercino José, Ouvidor Agrário Nacional.

Todo esse aparato foi usado para despejar 30 famílias. Mas porque nenhum policial foi mobilizado para despejar o fazendeiro?

No último dia 28 de abril, os camponeses ainda aceitaram um acordo que diminuía a área para as famílias. Mas nada disso foi suficiente para evitar mais um despejo absurdo. Quem deu a ordem foi o juiz Hedy Carlos Soares, de Machadinho D’Oeste.

Quantos policiais foram investigar os assassinatos de camponeses?

A área de 1.400 alqueires é da União, destinada à reforma agrária. Em setembro de 2009 um juiz deu um prazo de 30 dias para o fazendeiro desocupar a área. Ele não cumpriu esta ordem judicial, ninguém fez nada e ficou por isso mesmo.

Mas para despejar as famílias, agora a PM do governador Confúcio Moura (PMDB) foi rápida e mobilizou grande aparato em poucos dias. Essa é a eficiência desse velho Estado, sempre pronto para reprimir os pobres e acobertar os crimes dos latifundiários.