Cerca de 30 camponeses das áreas Terra Boa, João Batista e Lamarquinha, em Rio Crespo, e da área Sol Nascente, em Cujubim, realizaram na cidade um ato de protesto no dia 1º de Maio. Bandeiras vermelhas da LCP e do MFP – Movimento Feminino Popular eram agitadas por mulheres e crianças, faixas exigiam: “O povo quer terra, não repressão!”. Este dia tão importante para os trabalhadores do mundo inteiro foi celebrado dentro de seu verdadeiro significado: como um dia de luta!
Várias pessoas passaram pelo ato, mototaxistas, caminhoneiros, carroceiros que trabalhavam próximo, população em geral que passava pelo local e estudantes que participavam de um torneio esportivo ao lado.
Panfletos foram distribuídos em Cujubim e Rio Crespo com o título “Pelo direito do povo trabalhar” que convocava toda a população para o ato. Segundo os camponeses, a repercussão do panfleto foi ótima, a maioria da população apoiou a iniciativa e protestou contra o Ibama e a operação Arco de Fogo, que só fez demitir centenas de trabalhadores, quebrar os comércios da cidade e perseguir pequenos e médios madeireiros.
No protesto, os camponeses também conclamaram a população da cidade a apoiarem sua luta pelo sagrado direito à terra e contra a criminalização da luta camponesa. Denunciaram os crimes mais recentes do latifúndio da região contra os camponeses: despejos, humilhações, torturas e tentativas de assassinatos. Segundo as famílias, os autores são a fazendeira Maria Della Libera, seus filhos e seus bandos de pistoleiros, apoiados pelo latifundiário e madeireiro Chaule. Eles seguem impunes, enquanto isso o juiz Danilo Kanthack Paccini xingou os acampados do João Batista de bandidos.
Um representante do acampamento Terra Boa denunciou a ordem de despejo expedida pelo juiz de Ariquemes Franklin Vieira dos Santos favorável ao fazendeiro José Pierre Matias, o mesmo que em abril de 2008 comandou um ataque de 28 pistoleiros que humilhou e feriu vários camponeses, inclusive mulheres e crianças, e sequestrou, torturou e ameaçou dois camponeses da área Lamarquinha, o que na época foi amplamente denunciado pelas famílias.
Camponeses ocupam Incra Desde o dia 29 de abril 30 camponeses das áreas Terra Boa, João Batista e Lamarquinha fecharam a sede do Incra em Ariquemes para exigir a suspensão da ordem de despejo, a punição para os latifundiários e seus pistoleiros responsáveis pelos ataques contra os camponeses e a regularização imediata das terras. Distribuíram panfletos no centro de Ariquemes, foram em rádios e televisões e estão dispostos a resistir até conseguir seus objetivos. |