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1º de maio: Dia de luta dos camponeses em Cujubim

1º de maio - Cujubim, 2009

1º de maio - Cujubim, 2009Cerca de 30 camponeses das áreas Terra Boa, João Batista e Lamarquinha, em Rio Crespo, e da área Sol Nascente, em Cujubim, realizaram na cidade um ato de protesto no dia 1º de Maio. Bandeiras vermelhas da LCP e do MFP – Movimento Feminino Popular eram agitadas por mulheres e crianças, faixas exigiam: “O povo quer terra, não repressão!”. Este dia tão importante para os trabalhadores do mundo inteiro foi celebrado dentro de seu verdadeiro significado: como um dia de luta!

Várias pessoas passaram pelo ato, mototaxistas, caminhoneiros, carroceiros que trabalhavam próximo, população em geral que passava pelo local e estudantes que participavam de um torneio esportivo ao lado.

Panfletos foram distribuídos em Cujubim e Rio Crespo com o título “Pelo direito do povo trabalhar” que convocava toda a população para o ato. Segundo os camponeses, a repercussão do panfleto foi ótima, a maioria da população apoiou a iniciativa e protestou contra o Ibama e a operação Arco de Fogo, que só fez demitir centenas de trabalhadores, quebrar os comércios da cidade e perseguir pequenos e médios madeireiros.

1º de maio - Cujubim, 2009Ibama, Força Nacional e demais polícias saíram de Cujubim poucos dias antes do ato, mesmo assim os camponeses protestaram contra a Arco de Fogo, que agora vai espalhar desemprego, crise e miséria na região de Buritis e colher mais revoltas da população.

No protesto, os camponeses também conclamaram a população da cidade a apoiarem sua luta pelo sagrado direito à terra e contra a criminalização da luta camponesa. Denunciaram os crimes mais recentes do latifúndio da região contra os camponeses: despejos, humilhações, torturas e tentativas de assassinatos. Segundo as famílias, os autores são a fazendeira Maria Della Libera, seus filhos e seus bandos de pistoleiros, apoiados pelo latifundiário e madeireiro Chaule. Eles seguem impunes, enquanto isso o juiz Danilo Kanthack Paccini xingou os acampados do João Batista de bandidos.

1º de maio - Cujubim, 2009Também foi denunciado as ameaças de despejo da área Sol Nascente e do acampamento Terra Boa. Na primeira área as centenas de famílias que vivem em seus lotes produzindo com dignidade estão ameaçadas pelo latifundiário Antônio Martins dos Santos, mais conhecido como “Galo Velho”. Segundo a CPT – Comissão Pastoral da Terra, ele tem cerca de um milhão de hectares de terras griladas só em Rondônia e segundo a LCP seus pistoleiros já cometeram vários crimes contra os camponeses.

Um representante do acampamento Terra Boa denunciou a ordem de despejo expedida pelo juiz de Ariquemes Franklin Vieira dos Santos favorável ao fazendeiro José Pierre Matias, o mesmo que em abril de 2008 comandou um ataque de 28 pistoleiros que humilhou e feriu vários camponeses, inclusive mulheres e crianças, e sequestrou, torturou e ameaçou dois camponeses da área Lamarquinha, o que na época foi amplamente denunciado pelas famílias.

Camponeses ocupam Incra

Desde o dia 29 de abril 30 camponeses das áreas Terra Boa, João Batista e Lamarquinha fecharam a sede do Incra em Ariquemes para exigir a suspensão da ordem de despejo, a punição para os latifundiários e seus pistoleiros responsáveis pelos ataques contra os camponeses e a regularização imediata das terras.

Distribuíram panfletos no centro de Ariquemes, foram em rádios e televisões e estão dispostos a resistir até conseguir seus objetivos.