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A luta do povo não pode avançar sem a participação ativa das mulheres

Cerca de 50 camponeses das áreas Raio do Sol e Canaã, em Ariquemes, celebraram o 8 de março com uma seção de filmes da luta. Mulheres, homens, jovens e crianças assistiram o filme brasileiro “Zé Porfírio” e no debate foi destacado a importância da mulher participar ativamente da luta, ombro a ombro com os homens de sua classe.

Depois foi passado o filme “Espártacus” e um documentário da FRDDP – Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo sobre o Estado policial fascista na gerência Lula.

No acampamento Terra Boa, em Rio Crespo, as camponesas organizaram uma comemoração com várias atividades. Os preparativos começaram uma semana antes. As mulheres escreveram e ensaiaram um teatro sobre a luta camponesa, as crianças ensaiaram um teatro da música popular “Moda da onça”, todos ajudaram a costurar e pintar as bandeiras do MFP, LCP e a faixa “Viva o 8 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora”. O barracão da Assembleia foi todo decorado com arranjos de flores, fitinhas de papel e as bandeiras do MFP, da LCP e da Palestina. As próprias crianças montaram o cenário de seu teatro. Os homens também ajudaram na arrecadação, na convocação, na preparação dos mastros das bandeiras e no churrasco. Entre os camponeses vizinhos foram arrecadados alimentos e óleo diesel para tocar o motor do acampamento.

No dia 8 de março o acampamento já amanheceu animado, todos correndo com os últimos preparativos. Às 11 horas começaram a chegar os convidados da área Lamarquinha, do novo acampamento João Batista e da linha C100. Ao todo participaram cerca de 70 camponeses.

O almoço foi servido e todos comeram com fartura. A comida estava uma delícia e também foi servido refrigerante.

Depois começou a cerimônia. Um coordenador da área falou da importância da participação das mulheres na luta, que o dia 8 de março não é o dia das mulheres em geral e sim o dia das mulheres trabalhadoras. O 8 de março não é o dia das latifundiárias, das grandes empresárias, das políticas eleitoreiras e das policiais, é sim o dia das camponesas, operárias, estudantes, das mulheres do povo.

Logo em seguida uma professora falou sobre como surgiu o dia 8 de março e um coordenador da LCP apresentou cartilhas, revistas e jornais da luta para quem quisesse comprar. Outro coordenador falou sobre a heroica resistência do povo palestino, nossos irmãos de luta contra o imperialismo e grande exemplo de bravura e poder do povo unido em luta pela defesa da pátria.

Então as mulheres apresentaram o teatro baseado em fatos ocorridos no acampamento Sol Nascente (Cujubim) e nas áreas Raio do Sol e Canaã quando camponeses conseguiram o transporte escolar para as crianças depois que trancaram os ônibus da prefeitura dentro das áreas. Na peça foi destacado a iniciativa e participação ativa das mulheres e a importância de rompermos com a ideologia atrasada de que a mulher tem que cuidar só do serviço de casa ou no máximo ter uma participação secundária na luta. O teatro encerrou com o hino “Lutadoras da Revolução” e as consignas “Despertar a fúria revolucionária da mulher!” e “Viva o MFP!”. As crianças apresentaram primeiro o teatro “Moda da onça”, com direito a bis, de tanto que o público gostou. Depois cantaram a música “A E I O U da realidade”, todas com lencinhos vermelhos no pescoço. As apresentações encerraram com os gritos de “Viva as crianças!”

Uma camponesa da área Lamarquinha pediu a palavra para lembrar a luta que tiveram para estarem hoje cada um em seu lote produzindo, da união de todos os camponeses e pequenos madeireiros para a construção da escola para as crianças, da estrada e da ponte.

Depois foi passado um vídeo com as principais lutas camponesas, das mulheres e dos estudantes da região de Rondônia no ano de 2007.

Assim, os camponeses destas áreas de Rondônia se somaram ao povo de vários lugares do Brasil e do mundo na comemoração do dia 8 de março dentro de seu verdadeiro significado: um dia de grande importância para a luta revolucionária do povo. Como bem disse a fala final do teatro das mulheres: “Mais do que importante, a luta do povo não pode avançar nem vencer sem a participação ativa das mulheres!”

Despertar a fúria revolucionária da mulher!

MFP – Movimento Feminino Popular

Jaru, 11 de março de 2009