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Assassinato de jovem negro em Nova Mutum é crime da pm de Marcos Rocha

O jovem negro Alonso da Conceição, de 23 anos, foi executado pela polícia militar no dia 21 de maio, na região de Nova Mutum Paraná, distrito de Porto Velho. A polícia inventou que foi recebida a tiros, que os policiais tentaram socorrer Alonso, que ele era um bandido de alta periculosidade – o enredo mentiroso de sempre que as polícias contam para justificar sua ação infame e ilegal de executar pena de morte contra pobres Brasil afora.

O fato de alguém ter cometido algum crime, não o condena a pena de morte, que não existe em lei no Brasil, mas é praticada pelas polícias todos os dias contra os pobres do campo e da cidade. A polícia aplica a lógica fascista de que “bandido bom é bandido morto”. Para a polícia os crimes mais graves cometidos por Alonso, não são os que lhes são extensamente imputados na imprensa. O maior “crime” cometido por Alonso, pelo qual foi assassinado, foi ser morador da área Thiago dos Santos, onde em 2020 camponeses conquistaram seu pedaço de terra retomado do latifundiário Galo Velho. Que ninguém se iluda, para estes cães de guarda do latifúndio, o maior crime é lutar por um pedaço de terra. Enquanto isso, os latifundiários seguem impunemente assassinando, roubando terras públicas, saqueando as riquezas naturais do país e destruindo nossas florestas.

A polícia militar assassina também afirmou que Alonso da Conceição pode ter sido recrutado pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) para reforçar o braço armado do movimento nas invasões de terras em Rondônia. Tentam com isso imputar crimes a LCP, engrossar o berreiro de satanização e criminalização do movimento camponês para justificar mais repressão brutal contra a luta pela terra em Rondônia.

Todas essas ações combinadas do governo com sua polícia, utilizando a imprensa lixo em Rondônia visam justificar verdadeiro terrorismo de Estado aplicado na região pelo fascista Bolsonaro e seu governo de generais e do governador coronel Marcos Rocha. Essas campanhas reacionárias têm como objetivo exatamente ganhar opinião pública para as execuções contra as lideranças camponesas, apoiadores ou moradores de áreas em luta pela terra. Policiais e pistoleiros sempre cometeram estes assassinatos de modo encoberto. Agora já não escondem mais, passam a usar descaradamente a surrada estória de “troca de tiros” para justificar execuções sumárias. Alonso da Conceição, infelizmente, não foi o primeiro e nem será o último.

Numa outra modalidade de pistolagem, latifundiários recentemente vêm recrutando delinquentes nas periferias de Porto Velho, como informam os próprios parentes destes, para atuarem como pistoleiros na região de Nova Mutum Paraná, onde os camponeses da área Thiago dos Santos lutam por levar adiante a Revolução Agrária.

Na verdade, os latifundiários e seus governantes de turno estão desesperados, temem o aumento de tomadas de terra por camponeses empurrados pelo desemprego e miséria crescentes e pela pandemia. Temem o respeito e admiração que a LCP tem conquistado entre os verdadeiros democratas e entre as massas, especialmente aquelas que conquistaram seu pedaço de terra ou que anseiam por ela. Urge ampliar a denúncia dos crimes do latifúndio e seu velho Estado e o apoio ativo aos camponeses em luta pela terra e todas suas organizações, especialmente as mais combativas.

“Primeiro levaram os comunistas…

Mas não me importei com isso,

eu não era comunista.

Em seguida levaram alguns operários.

Mas não me importei com isso,

eu também não era operário.

Depois prenderam os sindicalistas.

Mas não me importei com isso,

por que não sou sindicalista.

Depois agarraram uns sacerdotes.

Mas como não sou religioso,

também não me importei.

Agora estão me levando!

Mas já é tarde…”

Bertolt Brecht