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Camponeses denunciam ameaças e perseguições cometidas pela polícia nas terras da antiga Fazenda Santa Elina

Operação policial movida contra Acampamento Manoel Ribeiro

Polícias fazem operação de criminalização contra Acampamento Manoel Ribeiro

As forças policiais de Rondônia seguem perpetrando violações e intimidações contra camponeses nas terras da antiga Fazenda Santa Elina inclusive durante o período final de ano, conforme revelam denúncias feitas por camponeses da região.

Camponeses denunciaram que 5 viaturas com 25 policiais da polícia militar, polícia ambiental e Força Nacional, fizeram abordagens intimidatórias em linhas e comércios da Área Zé Bentão e na entrada do Acampamento Manoel Ribeiro, no segundo dia do ano. Moradores afirmaram também que 3 viaturas circularam pela região no dia 03 de janeiro. De acordo com as testemunhas, a maioria dos policiais não pertencia aos municípios vizinhos.

Segundo relatos de moradores, durante as batidas, os policiais perguntaram informações sobre o Acampamento Manoel Ribeiro, se alguém conhecia alguma das lideranças e se sabiam da existência de armas no local, revelando o flagrante propósito persecutório e de tentativa de criminalização do acampamento e dos camponeses em luta pela terra.

Camponês tem arma de caça apreendida

Neste mesmo dia, um camponês foi arbitrariamente preso por trafegar com sua arma de caça numa estrada local.

Ora, é de conhecimento público que nos sítios, o uso de armas é indispensável à sobrevivência dos camponeses, como instrumento de trabalho em pequenas caçadas para complementar sua dieta proteica e como proteção individual do ataque de animais nas áreas de mata.

Enquanto pequenos camponeses têm seus instrumentos de trabalho confiscados, é de conhecimento público que grandes latifundiários ladrões de terra mantém verdadeiros arsenais de guerra e bandos de pistoleiros nas propriedades das quais se dizem donos e sequer são investigados.

Polícia aponta arma para cabeça de camponesa

Uma moradora da Área Revolucionária Zé Bentão denunciou que no dia 26 de dezembro foi violentamente abordada por policiais militares numa blitz na cidade de Chupinguaia quando se deslocava com suas filhas menores de idade para passar a virada de ano na casa de parentes em outro município.
A camponesa teve uma arma apontada para sua cabeça enquanto durou a truculenta batida policial realizada apenas um dia depois das comemorações natalinas. O fato gerou grande revolta na trabalhadora e em sua família.

Todas essas arbitrariedades só fazem crescer no meio do povo o ódio e a indignação contra as injustiças desse velho Estado.

Contra a crise, tomar todas as terras do latifúndio!

Conforme afirmamos em matérias anteriores, desde a vitoriosa tomada das terras do latifúndio Nossa Senhora Aparecida há quase 6 meses, os órgãos de repressão intensificaram a perseguição e criminalização do acampamento sob o pretexto de coibir crimes nas áreas. À atuação criminalizadora destes aparatos policiais soma-se a ação do latifúndio que fomenta no meio das massas a desconfiança contra o acampamento, culpabilizando sempre a justa tomada das terras por todos os crimes e mazelas que acontecem no entorno. Tencionam assim, ardilosamente, fazer diminuir o apoio dos vizinhos ao Acampamento e seus ocupantes.

Porém, a dura realidade de vida e trabalho do povo é mais forte e contundente que as mentiras e patranhas da reação. Fato este que têm feito com que cada vez mais camponeses organizem-se em torno do que é a única e verdadeira saída para a crise: a tomada de todas as terras do latifúndio.