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Camponeses que ocupam o INCRA fecham rodovia no sul do Pará

Após mais de quinze dias de ocupação da sede do Incra em Conceição do Araguaia/PA, cerca de duzentos camponeses de várias regiões dos municípios de Conceição do Araguaia, Redenção, Santa Maria das Barreiras e Santana do Araguaia, organizadas pela Liga dos Camponeses Pobres – LCP e pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, interditaram  na manhã desta terça-feira (30/09) o quilômetro 8 da rodovia PA – 287 que liga Conceição do Araguaia a Redenção.

A rodovia ficou interditada durante doze horas e os camponeses só desobstruíram a pista após o compromisso assumido pelo INCRA nacional, por meio de ofício, de se realizar uma reunião no próximo dia 09/10, em Conceição do Araguaia, com representantes regionais e nacional do órgão. Assistir vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DF5Wtj6pRJs

Entre as reivindicações dos camponeses está a contemplação do programa “Luz para Todos” em várias localidades e a liberação de Crédito Habitação para colonos de inúmeras regiões rurais. Os camponeses reivindicam a desapropriação de áreas na região da Jacutinga e Talismã, em Conceição do Araguaia e a vistoria das fazendas Cipó e Forquilha em Santa Maria das Barreiras.

O latifúndio Forquilha foi palco, no ano de 2007, de uma verdadeira operação de guerra orquestrada pela então governadora do estado Ana Júlia Carepa (PT), envolvendo tropa de choque, Comando de Missões Especiais (CME), Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Exército. 40 viaturas, quatro helicópteros e um avião foram utilizados na repressão contra os camponeses que ocupavam a fazenda. Esta operação sinistramente denominada de “Paz no Campo” resultou em centenas de prisões e torturas.
Após a deflagração de mais este ato de terrorismo do velho Estado contra o povo, treze camponeses participantes da tomada da Forkilha foram executados por bandos armados a soldo do latifúndio, acobertados pela polícia, judiciário e o governo, entre os quais, a importante e histórica liderança da luta pela terra na região, Luiz Lopes. Desde então, é crescente o número de assassinatos, prisões, perseguição e tentativas de homicídio contra os camponeses pobres em luta pela terra na região e os mandantes e executores de crimes contra os camponeses pobres seguem impunes.
Mas, nem toda esta repressão fascista da parte do velho Estado, acobertada pelo monopólio da imprensa e incentivada pela complacência do podre poder judiciário, é capaz de deter a combativa e aguerrida luta dos camponeses pobres da região. Seguem as tomadas de terras e os protestos e, passada a farsa das eleições, independente de quem vença, os camponeses darão prosseguimento as suas mobilizações pelo sagrado direito à terra para quem nela vive e trabalha.

Terra para quem nela vive e trabalha!

Viva a Revolução Agrária!