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Camponeses que ocupam o INCRA recebem apoio

Uma Comissão de Advogados da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RO esteve na manhã desta sexta-feira reunindo-se com os camponeses organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) para apoiar a reivindicação camponesa e intervir junto ao INCRA e a Ouvidoria Agrária Nacional diante dos entraves judiciais de regularizações de posses, das ameaças de despejos e de perseguição aos camponeses. Os representantes da OAB-RO reuniram-se com outras organizações de advogados, como a Associação Brasileira dos Advogados do Povo (ABRAPO) e assessoria jurídica da Comissão Pastoral da Terra (CPT), além do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) e Diretório Central dos Estudantes da UNIR. Uma mobilização de estudantes e organizações populares está garantindo a distribuição de leite para as crianças e outras necessidades básicas dos ocupantes.

Também se fizeram presentes no INCRA, na tarde desta sexta-feira, 09 de agosto, reunindo-se com os camponeses, lideranças indígenas do Povo Gavião (Ji-Paraná) e Karitiana (Porto Velho), para se solidarizar com a ocupação e construir uma aliança indígena e camponesa para as lutas em Rondônia. “O problema dos indígenas resume-se à repressão do Estado brasileiro que desrespeita seus territórios tradicionais principalmente com as obras do PAC. Estamos vendo no Brasil uma campanha criminalização contra indígenas e camponeses. É hora de construir nossa luta com ações concretas unificadas”, foi enfática uma liderança indígena.  O Encontro de indígenas e camponeses foi comemorado como mais um passo para unificar a luta pela terra em Rondônia. “Juntos nós somos mais fortes ainda. Chegou a hora de romper com o oportunismo de um governo tão neoliberal e vende-pátria que não se diferencia de um governo do PSDB. Num momento em que há um ascenso da luta de massas no Brasil, é hora de construir de fato a aliança operário-camponesa”, concluiu um coordenador da LCP.

À noite, os acampados e apoiadores da cidade, realizaram um Ato Simbólico com a queima de pneus e fogos, agitando bandeiras e com palavras de ordem, professando o nome dos mártires camponeses que tombaram há 18 anos na fazenda Santa Elina e de outras lideranças camponesas assassinadas nos últimos anos em Rondônia.

Neste sábado, 10 de agosto, às 09 da manhã, o INCRA e a Ouvidoria Agrária Nacional se reunirá com os ocupantes sem a presença de qualquer aparato repressor, federal ou estadual, prática que se tornou costumeira nos últimos anos por parte do governo federal, via Ouvidoria Agrária. “Não somos bandidos, somos trabalhadores e trabalhadoras! Polícia deve prender político corrupto! Em reunião com camponeses não queremos a presença de polícia! Já estamos na terra há anos trabalhando e produzindo. O que queremos é o direito de viver e trabalhar na terra!” desabafou uma senhora de 60 anos, acampada da área Canaã.