Camponeses resistem a tentativa de despejo e ação criminosa da PM e Força Nacional

Camponeses das Áreas Tiago Campim dos Santos e Ademar Ferreira, no distrito de Nova Mutum, zona rural de Porto Velho denunciam ataques de policiais da Força Nacional do fascista Bolsonaro e da PM assassina do governador Marcos Rocha, marionete de latifundiários ladrões de terra da União.

Informações recentes de moradores da área denunciam que desde o último dia 11 de outubro, policiais encapuzados cometeram vários crimes contra famílias camponesas, em estradas e lotes: dispararam rajadas de fuzil, invadiram e reviraram barracos, bloquearam estradas, agrediram trabalhadores e forçaram-nos a abrirem suas redes sociais em seus celulares, cortaram cabos e pneus de motos, revistaram carros. Os policiais queriam saber informações sobre supostas lideranças e mostraram fotos.

Além de viaturas da Força Nacional, PM, incluindo as do Batalhão de Fronteira, camponeses relataram a presença de caminhão de combate a incêndios do Corpo de Bombeiros. Desde a semana passada policiais da Força Nacional que estavam baseados em Porto Velho deixaram a cidade em comboios em direção às Áreas Tiago Campim dos Santos e Ademar Ferreira, segundo informações de apoiadores das famílias. É possível que parte deste efetivo esteja escondido nas matas vizinhas, preparando massacres como o que fizeram no dia 13 de agosto.

Há um ano e meio mais de 700 famílias enfrentam repressão continuada dos bandos de pistoleiros e policiais, em busca do direito a um pedaço de terra para viverem e trabalharem com dignidade. E mais recentemente, o judiciário, como parte do velho Estado semicolonial e semifeudal, expediu novos mandados de reintegração de posse contra estas áreas.

Na semana passada, policiais estiveram num estabelecimento comercial da área e deixaram um bilhete com a ameaça “LCP, sua hora tá chegando.”, a mesma feita pelo fascista Bolsonaro em maio último. Na área vizinha 2 Amigos, policiais da Força Nacional também fizeram operações repressivas contra camponeses, bloqueando estradas, abordando, humilhando e espancando trabalhadores.

Na madrugada do dia 10 de outubro, camponeses ouviram vários fogos e disparos de escopetas calibre 12 disparados na sede da fazenda Santa Carmem.

No dia 08 de outubro a Secretaria Estadual de Segurança, comandada pelo coronel Hélio Cysneiros Pachá, o carniceiro de Santa Elina, realizou reuniões com as polícias militar e civil, Ministério Público, Defensoria Pública, Peritos, para preparar operações de conflitos agrários.

Viva a resistência camponesa das Áreas Tiago dos Santos e Ademar Ferreira!

Nas áreas há uma quantidade expressiva de trabalhadores onde antes só reinava o latifúndio, melhorou consideravelmente a vida das famílias que antes de irem pro acampamento, amargavam desemprego, miséria, drogas e prostituição nas cidades. Mas foi além, desenvolveu pequenos e médios comércios nas vilas e cidades da região, avançando a economia local num momento de grave crise.

Como não podia ser diferente, durante um vigoroso ato realizado na área no dia 02 de outubro centenas de famílias reafirmaram sua disposição de resistir ao despejo, custe o que custar. Todos gritavam “Nem que a coisa engrossa, essa terra é nossa!”, “É terra pra quem nela trabalha! Viva a Revolução Agrária!”, “É morte ao latifundiário, viva o poder camponês e operário!”, “Se o camponês não planta, a cidade não almoça nem janta!”, enquanto agitavam suas bandeiras vermelhas, numa tremenda demonstração de força dos camponeses unidos e organizados trilhando o caminho da Revolução Agrária e disposição de enfrentar tudo para defenderem suas terras!

Aos verdadeiros democratas e honestos urge denunciar e repudiar as ações criminosas do velho Estado a serviço do latifúndio ladrão de terras da União. Urge solidarizar e apoiar decididamente a resistência dos camponeses das Áreas Ademar Ferreira e Tiago dos Santos e impedir que uma nova chacina de camponeses ocorra.

Assembleia Popular das Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, 02 de outubro de 2021
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