CARTA DE SOLIDARIEDADE AO COMPANHEIRO ALEX DO CANOÉ

Nós da Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste prestamos solidariedade ao companheiro Alex do Canoé, preso arbitrariamente no mês de outubro por diversas acusações infundadas, sendo seu principal ofício a labuta no campo e a luta por terra. Nós repudiamos a prisão do companheiro e exigimos sua imediata liberdade e o fim desses processos de falsas acusações.

A fazenda Canoé em Rio Largo há anos esteve nas mãos da organização de um movimento oportunista que impedia os camponeses de construir suas casas e de elevarem sua produção. Em desacordo com isso, a cerca de três anos os camponeses decidiram baixar a bandeira que fingia ser vermelha e tomaram novos rumos na luta pela democratização da terra de Canoé, e nesta luta política Alex se destaca como importante ativista, que mesmo sob ameaças enfrenta as velhas direções oportunistas no movimento camponês.

Os camponeses de Canoé como os camponeses da Área Revolucionária Renato Nathan estão hoje na luta contra o latifúndio alagoano representando pela usina Utinga Leão que é herdeira, apenas, da velha política de expulsar camponeses do campo alegando ser dona de terras devolutas.

Alagoas, segundo IBGE (2010) é o estado com a maior concentração de terra do Brasil; e desde a colonização, ao surgimento dos engenhos de açúcar até a formação das atuais usinas e refinarias essas terras sempre estiveram nas mãos de senhores e latifundiários à custa do suor e sangue de camponeses pobres.

A política fascista desse velho Estado semicolonial e semifeudal de expulsar camponeses do campo se manifesta de diversas formas de violência, seja dificultando a pequena e média produção camponesas, ou criminalizando a organização camponesa combativa e independente com prisão arbitrária de camponeses ativistas, como o companheiro Alex, como também com assassinatos de dirigentes camponeses como Renato Nathan, Luiz Lopes, Cleomar Rodrigues dentre muitas outras vítimas dos latifundiários com consentimento dessa gerência de Dilma/Luiz Inácio/PT que não passa de um governo de transnacionais e latifundiários.

Acreditamos que nesse momento em que o país vivencia uma crise econômica, política, social e moral, a luta pela terra deve estar ligada com a luta pela destruição do latifúndio, tomando todas as suas terras e distribuindo-as entre os camponeses pobres sem terra ou com pouca terra, e com essa Revolução Agrária como guia, construir uma Nova Democracia. Com isso, prestamos esta solidariedade ao companheiro Alex e sua família, pois na luta contra o latifúndio os ativistas democráticos e revolucionários devem unir suas forças.

CAMPONÊS QUER TERRA PARA TRABALHAR E PARA VIVER!

ABAIXO A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA CAMPONESA!

LIBERDADE AO COMPANHEIRO ALEX DO CANOÉ!

 

Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste

Novembro 2015

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