Chacina da Vale é crime contra o povo e a nação! Governo federal e estadual são cúmplices!

Moradores participam voluntariamente das buscas
Moradores participam voluntariamente das buscas

O rompimento da barragem do córrego do feijão em Brumadinho que assassinou de forma brutal e covarde mais de 400 pessoas (entre listados oficialmente e citados por familiares) não foi um acidente! Foi crime premeditado pela mineradora Vale com participação dos governos federal e estadual e seus órgãos ambientais que autorizaram a ampliação em 74% da extração mineral nesta mesma área em dezembro de 2018 e que em janeiro deste ano aprovaram um maldito laudo de segurança!

Um crime hediondo cometido pela Vale e acobertado pelos diferentes governos de turno através de políticos das diversas siglas partidárias, órgãos de fiscalização e monopólios de imprensa, todos devidamente comprados pela mineradora. Crime que foi anunciado mesmo antes dos trágicos acontecimentos em Mariana há três anos!

O governo Pimentel/PT sancionou a lei 2.946/2015 que flexibilizou o licenciamento ambiental para a exploração das mineradoras. Esse governo não tomou nenhuma atitude concreta para a responsabilização e punição da Vale/BHP Billiton/Samarco em Mariana. O recém eleito governador de Minas, Zema/NOVO e o presidente Jair Bolsonaro/PSL protestavam em sua campanha contra o que chamavam de “burocratização” para mineradoras e latifundiários conseguirem licença ambiental e alegaram descaradamente “dificuldades das mineradoras”.

No Norte de Minas deputados vendidos como Gil Pereira/PP e Tadeuzinho Leite/MDB barraram a aprovação de lei que previa uma fiscalização mais rigorosa para a mineração. Em toda a região as mineradoras e latifundiários expulsam famílias camponesas, quilombolas e indígenas de suas terras, apropriam-se ilegalmente de terras públicas, cometem grilagem de terras e devastam o meio natural, como em Riacho dos Machados, Rio Pardo de Minas e Grão Mogol, onde, além da mineração, vemos crescer vorazmente as áreas de plantio de eucalipto e pinus. Tudo com licença do COPAM – Conselho Estadual de Política Ambiental.

Exigimos a imediata suspensão da mineração para o desmonte das barragens de rejeitos!

Exigimos punição dos verdadeiros responsáveis: diretores da Vale e dos órgãos ambientais!

Justiça para os mortos, mutilados, familiares e atingidos pela Vale em Brumadinho e Mariana!

Abaixo a farsa Ambiental, instrumento para servir aos latifundiários, mineradoras e ao imperialismo

Estes governos e a Vale assumiram o risco desta chacina ao economizar na construção da barragem e ao construir instalações, onde os funcionários ficariam abaixo da barragem. Não desenvolveram nenhum sistema efetivo de alerta e retirada dos trabalhadores, moradores, pequenos produtores e indígenas.

Além disso, a extração do minério de ferro pode ser feita a seco, evitando o uso e contaminação da água, o acúmulo de rejeitos e as sinistras barragens. Mas na busca do lucro máximo por estas grandes empresas, banqueiros e latifundiários que tudo destroem, a vida dos trabalhadores e do povo não vale nada.

Centenas de famílias tiveram suas vidas devastadas pela enxurrada de lama. Milhares de pessoas perderam suas terras, suas casas e seu meio de vida, outras milhares serão afetadas diretamente pela morte do rio Paraopeba e toda sua bacia hidrográfica, podendo chegar até o rio São Francisco, além da contaminação do solo. 

Esta mesma empresa, monopólio da mineração que saqueia as riquezas do Brasil para capitais estrangeiros, anunciou lucro de 13 bilhões de reais, somente no ano passado e sequer paga os impostos sob a extração mineral.

As classes dominantes locais (grande burguesia, em suas frações compradora e burocrática, e o latifúndio) e seus governantes de turno aplicam a política de subjugação nacional. Em essência é a política aplicada, de forma crescente, desde a implantação do regime militar em 1964, passando por todos os governos eleitos dos diferentes partidos até chegar ao atual presidente, que não se cansa de declarar sua condição de lacaio do imperialismo ianque.

Em cumplicidade com os governos federal e estadual, ministério público e os monopólios de imprensa, a Vale até hoje não pagou as indenizações aos atingidos de Mariana, mas agora anuncia o pagamento de 100 mil reais para tentar calar os familiares em Brumadinho, parte de seu plano para abandonar centenas de corpos soterrados sob a lama.

Pressionados pela comoção e revolta da população, o monopólio da imprensa repete que isto é inaceitável, os governantes falam em punição, em aumentar a fiscalização e as empresas em rever o tipo de extração etc. Mas é tudo enrolação para enganar a população e seguir como antes, demonstrando o caráter de classe do discurso ambiental: os ricos e poderosos podem tudo, e para os pobres só aumenta a criminalização!

Todos os anos, o COPAM promove verdadeira “caça as bruxas” aos camponeses no Norte de Minas: negam licenças ambientais, realizam operações policiais conjuntas com vários órgãos sob o comando dos latifundiários, para perseguir e criminalizar os pequenos e médios produtores, sob alegação de preservação ambiental. Os moradores dos vilarejos e pequenas cidades são humilhados e até presos!

Enquanto isso, os latifundiários e as grandes empresas, impunemente, cometem todo tipo de crimes contra o meio natural. Cresce a concentração da propriedade da terra e a violência do latifúndio contra os camponeses, quilombolas e indígenas. Só uma Revolução Agrária irá democratizar a propriedade da terra, destruindo o latifúndio e distribuindo as terras para quem nela vive e trabalha! Só uma Revolução Democrática, agrária e anti-imperialista irá nacionalizar todos os nossos recursos naturais, industrializando-os no país para garantir emprego e bem-estar para nosso povo e impulsionar o progresso da Nação.

Unir camponeses, quilombolas, indígenas, atingidos por mineração, barragens e eucalipto!

Viva a revolução Democrática, agrária e anti-imperialista!

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