Contra a crise, tomar todas as terras do latifúndio!

O Brasil vive uma profunda crise econômica, política, social e moral. Parlamentares, juízes e politiqueiros de todo tipo brigam entre si afundados na corrupção generalizada, que é parte inseparável desse sistema apodrecido. O sistema em que vivemos é o das classes exploradoras que há séculos entregam as riquezas de nosso país para as potências estrangeiras. Esse sistema só favorece aos ricos, grandes latifundiários, banqueiros, empreiteiras, mineradoras e monopólios estrangeiros, enquanto oprimem e mantêm o povo na miséria. Para os ricos tudo, para o povo só miséria, desemprego, doenças, injustiça, matança e todo tipo de enganação.

O atual gerente Michel Temer (PMDB) dando prosseguimento aos gerenciamentos anteriores está intensificando as medidas antipovo. Para manter os lucros dos seus patrões imperialistas, aplica todas suas ordens através dos “pacotes” que estão retirando recursos da saúde e educação, retirando direitos sociais, trabalhistas, previdenciários, e buscando entregar o Brasil na bandeja privatizando o que ainda resta. Contra esses ataques o povo tem se rebelado. Em todo o país, inclusive em Rondônia despontam lutas, greves, ocupações de escolas, universidades e cortes de rodovias.

No campo estamos diante da completa falência da reforma agrária. A famosa reforma agrária do governo é uma grande mentira! Nas últimas décadas foram feitas muitas promessas, mas o povo não recebeu nada além de migalhas e sistemática repressão com perseguições, ameaças, prisões e assassinatos.

Em Rondônia os latifundiários estão agindo como verdadeiras quadrilhas, organizando bandos paramilitares e contratando pistoleiros a luz do dia. Só esse ano dezenas de camponeses já foram assassinados impunemente por esses bandos armados que são encorajados e apoiados pelo velho Estado, encabeçado pelo gerente Confúcio Moura (PMDB) e o fascista comandante da pm Ênedy.

Várias áreas camponesas novas e antigas foram despejadas e várias outras se encontram ameaçadas. Para realizar esses despejos desencadeiam verdadeiras campanhas de criminalização com mentiras e demonização da luta pela terra e suas lideranças. Mobilizam verdadeiro aparato de guerra e praticam todo tipo de humilhação, tortura e outros crimes contra o povo.

No recente despejo da área Jhone Santos, linha 206 em Ji-Paraná, a pm despejou dezenas de bombas sobre o acampamento intoxicando inclusive crianças. Depois de opor forte resistência, camponeses foram presos. Na ocasião policiais disseram que “a COE está aqui para matar, somos treinados pra isso mesmo.” Depois de cercar as famílias, os policiais passaram a torturar com afogamento e spray de pimenta. Queimaram documentos, roupas e barracos e a escola onde as crianças tinham aula de reforço. Também destruíram a roça coletiva com mais de 5.000 pés de mandioca e mais de 1 hectare de horta. Destruíram todos os pertences e despejaram mais de 300 famílias que só querem viver com dignidade. Dias antes, uma liderança do acampamento, Sebastião Pereira dos Santos foi assassinado a tiros no município de Vale do Paraíso.

Tudo isso, para defender um ricaço que vive luxuosamente nos Estados Unidos. A terra que esse latifundiário diz ter documento é terra pública da União, o documento da Fazenda Santa Aline, do grupo Amaralina, diz que a área total é de quase 2.000 hectares. Mas este mesmo grupo se apossou de 16.000 hectares de terra pública!

Isso é o que são os latifundiários em Rondônia: LADRÕES DE TERRA!

A grande parte das terras que os latifundiários dizem serem donos são adquiridas com tramóias e esquemas de todo tipo com governos e cartórios. A maioria são terras públicas da União griladas, que agora o gerenciamento de Temer/Confúcio se apressam para regularizar e legitimar através do programa “Terra Legal”. Toda a produção dos latifúndios se sustentam na extrema exploração dos camponeses, recebem bilhões em fartos créditos do governo com juros baixíssimos a perder de vista, quase sempre perdoados. Toda a produção é voltada não para o consumo interno, mas para suprir as necessidades das potências estrangeiras. Esses ladrões de terra só sugam as riquezas daqui e levam tudo pra fora, nem mesmo compram no comércio local.

Ao contrário disso, são os camponeses, pequenos e médios proprietários quem fazem o comércio e as pequenas cidades prosperarem. Qualquer comerciante sabe disso, onde tem mais sitiantes, circula mais dinheiro no comercio e os municípios progridem mais rapidamente. E todos sabem (ou deveriam saber) que o feijão, arroz, leite, legumes, verduras, etc consumidos pelos brasileiros não vem dos latifúndios e sim da pequena e média produção camponesa.

Em todo Brasil, e em particular em Rondônia, vivemos uma escalada fascista. O velho Estado através de seus órgãos e aparatos policiais em conluio com o que há de pior dos monopólios de imprensa fartamente financiadas, e os bandos armados do latifúndio tem desencadeado verdadeiro terrorismo de Estado para combater e reprimir os pobres, especialmente os camponeses em luta. Ainda mais agora que o Estado está quebrado e falido, mais ainda se desesperam com o crescimento da revolta popular e se utilizam cada vez mais da repressão para manter os privilégios de uma minoria endinheirada de grandes criadores de gado, grandes plantadores de soja, grandes madeireiros e seus apadrinhados políticos.

Nenhuma mudança verdadeira poderá vir dessa corja de fascistas e corruptos! O Brasil precisa de uma Grande Revolução! Devemos aumentar ainda mais as tomadas de terra! Somente com a destruição do latifúndio, classe mais atrasada e que infelicita nosso povo há séculos, tomando e entregando as terras aos camponeses pobres, se iniciará um caminho de transformações onde o povo poderá viver e trabalhar com dignidade, conquistar a verdadeira justiça e todos seus direitos e aspirações. Não devemos mais esperar, devemos fazer com nossas próprias mãos!

Conquistar a Terra! Destruir o Latifúndio!

Tomar todas as terras do latifúndio!

Todo apoio aos trabalhadores em luta! Todo apoio a greve geral!

Todo apoio aos estudantes e as ocupações de escolas e universidades!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

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