Da terra arrasada ao broto da vida!
Santa Elina ó Santa Elina!
De dentro de tuas entranhas ecoam
As vozes de tuas vítimas.
O tempo reclama a tua memória
Teu grande chão despido do verde floresta
Esconde mistérios do passado teu.
Para onde foram os camponeses
Da longa noite do teu massacre?
O que escondes Santa Elina?
Não sabes que o início da tua liberdade
Nasceu naqueles idos dias
Eles ajudaram a te libertar.
O poço de sangue e o rio de corpos
Deixados pelos senhores do latifúndio
Moldaram a ira e a revolta do povo.
Covas fundas, covas rasas, covas perdidas,
Covas desaparecidas, covas esquecidas
Essa época tuas gentes não esquecem mais.
Tuas cercas não mais te cercam
Nem cercam as esperanças
O broto da vida nasce de ti
Agora terra dividida.
Teus mourões tombaram
Derrubados pelos ventos do novo tempo
Não há mais arames que privem a liberdade.
Nos teus morros fincados ao chão
Tremulam reluzentes bandeiras
Do amarelo e vermelho luta.
No teu leito não há cinzas, a cor da vida voltou
Há liga! Há vida! Há luta! Há cor!
A terra hoje repartida é semente
Corre gente, vive povo, tem criançada.
O chão antes cinza da concentração
Agora é de todas as cores
Mulato, branco, preto, caboclo e camponês
É da cor da divisão.
Santa Elina te pintaram um novo sol
Mais belo! Mais brilhante! Mais profundo!
É o sol do tipo que jamais se apaga.
É o sol das ligas camponesas
Trazendo o amanhã
Anunciando o que será
Construindo a revolução.
VIVA A HEROICA LIBERTAÇÃO DE SANTA ELINA!
Dário Braga