No dia 06 de novembro mais de 200 famílias do Acampamento Pedro Pires Nogueira foram atacadas por tropas da polícia militar, polícia do cerrado e polícia federal a mando do governador Jaques Wagner, numa covarde e injusta ação de despejo que expulsou as famílias trabalhadoras que há 4 anos estavam vivendo e produzindo nessas terras.
As famílias haviam parcelado lotes pequenos como numa agrovila: tinham mais de 300 barracos com telhas, alguns com pia instalada e água na torneira, placa de energia solar. Em todos lotinhos havia plantações cuidadas com água do poço artesiano: bananeiras, parreiras de uva e maracujá, mamão, batata doce, tomate, hortaliças, mandioca, além das pequenas criações! Tudo construído com suor e trabalho dos próprios camponeses sem esperar nada de ninguém, foi destruído covardemente!
Como prova de que essa justiça só serve para perseguir os pobres, o latifundiário Ademar de Barros, o Zú, esteve presente durante toda a operação, provocando as famílias com seus capangas, provocando companheiros e exigindo que tudo fosse destruído. Há noite mais de15 homens armados permaneceram na fazenda queimando barracos restantes e ameaçando os camponeses.
Na manhã do dia 7 de novembro os capangas de Zú cortaram e queimaram os bananais dos camponeses, com escavadeiras arrancaram pela raiz as produções dos camponeses e destruíram o que restava. Até mesmo as telhas, blocos e madeiras dos barracos que foram empilhados ao longo da estrada esses bandidos estão roubando dos camponeses. Afrontam e ameaçam abertamente os camponeses fazendo questão de exibirem as armas quando se deslocam dentro da fazenda, e até agora nenhuma providencia foi tomada contra estas ameaças.
Denúncias de ameaça armada por parte dos fazendeiros vizinhos e do próprio Zú já foram feitas desde 2010 aos órgãos competentes, e só não existe o registro de ocorrência porque na época a PM de Malhada se negou a registrar, alegando que não havia escrivão.
Indignação e revolta!
Num flagrante atropelo dos direitos legais, essa ordem judicial sequer levou em consideração um contrato de comodato firmado entre as famílias e a Senhora Wanda Flores, que é quem possui documentos da terra, se dispôs a negociar com o INCRA e desde 2009 aguarda a vistoria.
Irresponsavelmente a Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA) emitiu laudo dando parecer favorável ao latifundiário Ademar de Barros (Zú) sem que esta questão histórica e legal fosse resolvida, resultando nesse drama que deixa sem moradia e trabalho centenas de pessoas e criando clima para iminente conflito agrário na região.
Qualquer conflito que resulte em mais uma agressão às famílias camponesas do Acampamento Pedro Pires, é responsabilidade em primeiro lugar do governo PT/Dilma, que não desapropriou essas terras para os camponeses, e do governador da Bahia Jaques Wagner, que é o responsável direto pelo ordem desta operação policial.
Responsabilizamos igualmente o juiz Eduardo das Neves de Brito por lavar as mãos assinando uma ordem que sabia que teria essas proporções sociais e havendo justificativa legal para não fazê-la. Também é responsável pelo sofrimento dessas famílias o senhor Estácio Dourado, Procurador Jurídico da CDA que emitiu falso e inconcluso laudo à favor de Zú.
Essa é a política do velho Estado brasileiro burguês latifundiário e serviçal do imperialismo contra o povo pobre trabalhador e os camponeses em todo o Brasil, varrer para sempre a prometida reforma agrária, expulsar os camponeses das terras, criminalizar àqueles que lutam por seus direitos. Essa é a política anti-povo e vende-pátria do governo PT/Lula/Dilma.
- Exigimos do INCRA que intervenha imediatamente para que tenhamos lugar para onde ir e plantar!
- Exigimos a imediata Vistoria da Fazenda Cana Brava Gleba 97D.
- Exigimos a entrega de nossas cestas básicas, que o INCRA diz não ter recursos para entregar.
- Exigimos do governador Jaques Wagner solução para o problema que ele criou. Para onde iremos com nossas crianças? Onde vamos trabalhar? Quem irá pagar pelo prejuízo que tivemos?
Não vamos desistir! Essa terra é nossa!
Conquistar a terra! Destruir o latifúndio!
Viva a Revolução Agrária!
Famílias do Acampamento Pedro Pires Nogueira
Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Bahia
Campanha de solidariedadeConvocamos a todos os democratas, os políticos honestos e de bem, comerciantes, religiosos, sindicalistas, assentados, acampados, trabalhadores em geral, quilombolas, professores, estudantes, jornalistas, radialistas que se solidarizam com as famílias despejadas para nos fazer uma visita, estamos na beira da estrada, quase tudo foi destruído. Estamos precisando de tudo, principalmente de apoio. Solicitamos também para todo o povo, os intelectuais, os democratas sinceros que apoiem fazendo cobrança para os órgãos listados abaixo sobre uma providencia concreta para as famílias camponesas.
Telefones: (71) 3505-5306/07
Telefone: (77) 3481-2114
Telefone: (61) 2020-0904
Ouvidoria – Unidade Nazaré Ouvidoria – Unidade C.A.B.
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