Fascistas Confúcio e Ênedy preparam aumento da repressão contra acampamento

Na manhã do dia 14 de junho, cerca de 10 policiais fortemente armados do GOE (Grupamento de Operações Especiais) e do Núcleo de Inteligência do 2º Batalhão da PM (cidade de Ji Paraná) estiveram novamente no Acampamento Jhone Santos de Oliveira, localizado no distrito de Rondominas, no mesmo município. Este fato foi noticiado na página oficial da PM de Rondônia na internet em mais uma matéria mentirosa, nojenta, revelando todo o fascismo do gerente estadual Confúcio Moura (PMDB) e o comandante geral da PM Ênedy Dias, serviçais e cães de guarda do latifúndio no estado.

Camponeses do CDRA – Comitê de Defesa da Revolução Agrária do Acampamento Jhone Santos denunciaram que quando os policiais estavam indo embora pararam em uma serra e deram dois tiros de arma de grosso calibre. Relataram ainda que alguns trabalhadores reconheceram pelo menos um pistoleiro junto com a polícia.

A matéria tendenciosa assinada pelo pseudo-jornalista Lenilson Guedes trata os camponeses como selvagens, usando impropérios do tipo: “Como o local é bem distante da estrada principal, as crianças não estão indo à escola. Sem contar com qualquer tipo de fiscalização por parte do Conselho Tutelar, os pais acabam se acomodando e empregando os filhos nas tarefas da roça. ‘Eu entrei no acampamento e vi as crianças comerem carnes estragadas. Como ali não tem energia elétrica, os alimentos apodrecem muito rápido (…) Lá, as crianças estão aprendendo como lutar contra a Polícia. Isto é o fim dos tempos’”.

Ainda acusa os camponeses de cobrir os rostos, estarem preparados “para um possível massacre”, de serem hostis com a polícia e obrigá-los a recuar “para evitar um derramamento de sangue.” Quem acredita que camponeses “armados com facas, foices e facões” podem enfrentar policiais fortemente armados?

Nada disso é visto no vídeo divulgado pela própria PM ao final da matéria, como prova de que os camponeses são criminosos. Na verdade, a gravação atesta que o acampamento está cheio de famílias. Uma camponesa avisou à polícia que ninguém está ali para vender terra, querem trabalhar, criar os filhos dignamente e viver do próprio suor. Outra mulher informou que as crianças estão estudando, não está faltando comida e está tudo em ordem no acampamento. Um camponês denunciou que a Agropecuária Amaralina que eles estão ocupando tem 16.000 alqueires, mas que o latifundiário Miguel Martins Feitosa, que se diz o dono das terras, tem um contrato com o Incra de apenas 800 alqueires. Outros trabalhadores demonstraram justa indignação pelo fato de policiais irem ao acampamento fortemente armados, como se lá tivessem bandidos, além defender o latifundiário, verdadeiro ladrão de terra.

É fato que as famílias gritaram palavras de ordem e entoaram cantos de luta, demonstrando firme decisão de lutar até o fim pelo sagrado direito à terra. Mas isso é culpa do governo federal que dá tudo aos latifundiários, enquanto para os camponeses, povos indígenas e quilombolas é só repressão. Nos últimos anos, cresceu a concentração de terras no Brasil e o financiamento público para o agronegócio, setor do latifúndio que compra a preços altos sementes, venenos, adubos e maquinários dos países imperialistas, especialmente dos Estados Unidos, e vende matéria-prima a preços vis. Camponeses sem terra ou com pouca terra, não aguentam mais o desemprego que assola o país e faz crescer a criminalidade, não aguentam mais ouvir falar em tanta corrupção, enquanto vivem na miséria, veem seus filhos se perdendo nas drogas e prostituição.

Se os camponeses foram hostis com os policiais e as crianças estão aprendendo a lutar contra a polícia, os professores desta cara lição da luta de classe são os próprios policiais e o chefe de todos eles, o governador Confúcio Moura (PMDB). O 2º Batalhão da PM recepcionou o Acampamento Jhone Santos com uma operação no início de maio, quando provocaram e aterrorizaram os acampados. Como eles não saíram das terras, no dia 13 do mesmo mês, dezenas de policiais militares despejaram arbitrariamente as famílias. No dia 24 de maio, em Ji Paraná, policiais em 5 viaturas cercaram e prenderam 4 estudantes e um professor que distribuíam panfletos denunciando a repressão a estes camponeses. Nos dias 1 e 2 de junho, um verdadeiro aparato de guerra, dezenas de policiais em 17 viaturas e até um helicóptero também despejaram os acampamentos Monte Cristo e Jaú, vizinhos do acampamento Jhone Santos, e autuaram vários acampados por crime ambiental.

A matéria de Lenilson e Ênedy, mais uma vez, culpa a LCP de ter um grupo armado que usa “táticas de guerrilha”. Suposições, sem prova alguma, como é do feitio do comandante geral, antigo inimigo dos camponeses.

Além de tentarem proteger a “justiça”, que é rápida e eficiente para defender os latifundiários. Inventaram que “após uma exaustiva briga no Poder Judiciário (…) o magistrado acabou determinando a reintegração imediata da posse.” Mas a verdade é que os camponeses ocuparam as terras no dia 23 de abril de 2016 e foram despejados no dia 13 de maio – então, a briga “exaustiva” durou apenas 20 dias!

Calúnia para criminalizar os camponeses e justificar mais repressão do latifúndio

Isso não é apenas mau jornalismo. É um plano orquestrado por latifundiários e agentes da segurança pública, levado a cabo pelo fascista Ênedy Dias, com o objetivo de exterminar a luta camponesa combativa. Criminalizam famílias que lutam por um direito previsto na Constituição Federal na tentativa de enganar a opinião pública e isolar estes lutadores de apoiadores. Este é o primeiro passo, para justificar a repressão que se segue: com despejos, operações policiais e uma verdadeira caçada a lideranças camponesas. Este tem sido o novo modus operandi da PM, desde que Ênedy assumiu o comando geral, há 6 meses. Principalmente no Vale do Jamari, a população tem sido aterrorizada por grupos de extermínio compostos por pistoleiros e policiais. Apesar disso, em fevereiro, Ênedy acusou camponeses e a LCP de terroristas e parabenizou policiais de Ariquemes que não impediram a fuga “milagrosa” do sargento PM Moisés Ferreira, um dos membros de um bando de pistoleiros, armados com um arsenal de guerra, preso na fazenda Tucumã, em Cujubim.

A luta pela terra combativa, quando famílias se organizam e tomam os latifúndios, cortam as terras em pequenos lotes, distribuem entre si e começam a produzir nelas, é a saída para os camponeses pobres, bem como para os pequenos e médios comerciantes da cidade e para salvar o país da ruína. Conclamamos a todos camponeses sem terra ou com pouca terra a se organizarem e tomarem todas as terras do latifúndio!

E quanto ao Acampamento Jhone Santos, mais do que nunca precisam do apoio decisivo de todos trabalhadores da cidade e do campo, professores, estudantes, pequenos comerciantes, intelectuais honestos e a todos verdadeiros democratas. Precisamos nos unir contra a tentativa de latifundiários, com o apoio ativo de Confúcio / Ênedy e da “justiça”, de levarem o terror contra camponeses pobres e sua sagrada luta pela terra.

Lutar pela terra não é crime!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Tomar todas as terras do latifúndio!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

Jaru, 17 de junho de 2016

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