Reproduzimos abaixo editorial publicado no portal de notícias A Nova Democracia em 2 de outubro de 2024
Guerra às milícias bolsonaristas!
No dia 28 de setembro, 50 pistoleiros, em 14 camionetes, acompanhados de funcionários do latifúndio Agropecuária Mata Sul Ltda e apoiados por uma tropa de 50 PM’s, invadiram as terras dos posseiros do Engenho Barro Branco, em Jaqueira, Zona da Mata de Pernambuco, para tentar despejar, inclusive ilegalmente, as famílias que há muitas gerações são moradoras da Usina Frei Caneca, falida há mais de 10 anos. Apesar da guerra levada pelo latifúndio à região, as massas de posseiros mobilizadas pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e apoiadas em suas formas de autodefesa, contando com o apoio das massas da região e ação ativa de estudantes e intelectuais democráticos, responderam o ataque assassino das hordas do latifúndio (reforçadas por efetivos da PM) com uma feroz resistência e as escorraçaram, impondo-lhes derrota em mais uma de suas ofensivas por apossar aquelas terras. Há informações, inclusive, de que dois pistoleiros saíram feridos, e que um deles é o líder do movimento paramilitar “Invasão Zero” em Pernambuco.
Paralelamente, um dia depois, milhares de pessoas se reuniram na capital paulista, em um protesto contra as queimadas e em apoio à Revolução Agrária. Foi, em todos os aspectos, um protesto anti-latifúndio: condenou as queimadas no Brasil afora como um ato planejado e coordenado por latifundiários, sobretudo bolsonaristas; apontou a Revolução Agrária (alterando o lema da edição anterior sobre este protesto, que defendeu a reforma agrária) como caminho para os camponeses, indígenas e quilombolas; e, para coroar, denunciou o Congresso Nacional e o governo pelo avanço da tese genocida e latifundista do Marco Temporal.
Não há dúvidas que os fatos estão relacionados, mesmo que indiretamente. A radicalização da luta camponesa e indígena no campo (que concentrou, somente nos últimos meses, batalhas sangrentas no MS, PR, CE e PE) impulsiona o avanço da luta contra o latifúndio e pela Revolução Agrária também nas cidades. Um movimento fundamental para que os crimes do latifúndio e a resistência camponesa não fiquem obscurecidos, isolados pela censura dos monopólios de imprensa a serviço dos latifundiários.
É tarefa urgente, imediata, na ordem do dia, que os verdadeiros democratas e progressistas, todas as massas populares brasileiras, se mobilizem em pé de guerra na defesa ativa da luta camponesa, indígena e quilombolas contra o criminoso latifúndio bolsonarista – e que condene a ineficácia do governo de turno em cessar os crimes dessa corja de parasitas da Nação ladrões de terras da União e atender de imediato as exigências seculares do campesinato pobre, povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Governo que participa na guerra contra os camponeses ao ampliar o Poder político do latifúndio por meio de cargos nos ministérios (Carlos Fávaro), acordos e conchavos esfregados na cara do senhor Luiz Inácio pela liderança indígena Tupinambá (conciliação no Marco Temporal, defendida por este e sua ministra Sonia Guajajara) e verbas vultosas (Planos Safras recordes). A consigna de “Viva a Revolução Agrária! Morte ao Latifúndio!”, como foi defendida em Jaqueira e em São Paulo no mesmo fim de semana, é o único caminho para o povo brasileiro avançar a luta revolucionária até a conquista da Nova Democracia. Morte às milícias e hordas paramilitares bolsonaristas! Viva a luta revolucionária!
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No Líbano, a guerra de libertação nacional contra o inimigo sionista escala na medida em que o regime nazissionista de Benjamin Netanyahu segue com as operações terrestres em vilarejos do Sul do Líbano, iniciadas no dia 30/9. Que ninguém se engane com o caráter “limitado” e “direcionado”, assim denominados por esse genocida, sobre as operações terrestres das hordas de Israel. Foi assim que começou também a invasão à Gaza, em outubro de 2023, hoje responsável pela destruição em massa do território palestino sitiado e resistente. As tropas sionistas vão enfrentar uma resistência poderosa no território libanês: os vilarejos invadidos são vilas e subúrbios camponeses, onde a Resistência Nacional, destacadamente o Hezbollah, constroi Poder político sustentado em forças armadas próprias e mobiliza as massas para a guerra há quase 40 anos. São massas experimentadas na luta contra o Estado sionista e seus lacaios, e que triunfaram em expulsões como a da guerra de 1985, que concluiu a derrota sobre o invasor em 2000, e também na guerra de 2006. Antes da invasão, os líderes do Hezbollah afirmaram que “estavam preparados” e mesmo desejosos da entrada das tropas, para finalmente combater o inimigo frente a frente. As respostas do Irã, aos crimes de guerra de Israel, inclusive ao executar liderança palestina em seu território, se somam ao movimento de cerco ao sionismo. Os próximos dias prometem o início de uma feroz guerra de guerrilhas que engolfará o invasor.