Organizações populares prestam homenagens a companheira Ludmila

Velório de LudmilaNa manhã do dia 20 de outubro de 2017, faleceu a companheira Ludmila Lima Campos Pereira, viúva do herói do povo Renato Nathan. Durante seus 28 anos de vida, Ludmila participou da luta pela terra. Há mais de 15 dias ela estava internada num hospital de Porto Velho, mas não resistiu à grave enfermidade da qual ela padecia há 11 anos. Seu funeral aconteceu  em Ariquemes, cidade natal de Ludmila, com a participação de dezenas de familiares, amigos e companheiros, vindos de várias cidades.

Durante o velório, no dia 21, foi prestada uma singela homenagem à companheira Ludmila, realizada por organizações revolucionárias e populares: Frente Revolucionária, LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental, MFP – Movimento Feminino Popular, MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário, Cebraspo – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, Socorro Popular, Moclate – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação e CEB – Comunidades Eclesiásticas de Base e Paróquia Rainha dos Apóstolos, de Ariquemes. A bandeira da LCP foi estendida sobre o corpo da companheira Ludmila, um pequeno texto com um resumo de sua vida foi lido, alguns representantes dos movimentos intervieram e o ato solene encerrou com o canto de “A Internacional”, hino dos trabalhadores em todo o mundo.

Depois, houve um culto religioso e em seguida, familiares de Ludmila tocaram e cantaram hinos e canções que ela gostava, encerrando a vigília. Um grande cortejo com motos, carros e um ônibus, seguiu ao cemitério, onde o corpo da companheira foi enterrado.

Ludmila nasceu no dia 26 de agosto de 1989. Ainda criança, com familiares, participou do acampamento Tangará, também em Ariquemes. Conquistaram um lote de terra em Vale do Anari, para onde mudaram-se, viveram e produziram por vários anos. Foi lá que conheceram a LCP e a Escola Família Camponesa, em Machadinho D’Oeste, onde trabalharam e moraram por muito tempo.

Em 2006, Ludmila começou a namorar o companheiro Renato Nathan. No final de 2009 eles se casaram e no dia 1º de janeiro de 2010, nasceu a única filha do casal. Eles moraram em Jacinópolis, na região de Buritis e depois na área Canaã, em Ariquemes, onde ela viveu até seus últimos dias.

Em 2006 ela teve um sério problema de saúde que desde então só foi se tornando mais grave. Seu quadro piorou após o assassinato covarde de seu esposo, no dia 9 de abril de 2012. Apesar do apoio que recebeu do Socorro Popular e de vários companheiros e parentes, o tratamento mais adequado era fora do estado ou na capital Porto Velho, longe de sua moradia. E a família e os companheiros não conseguiram garantir que Ludmila tivesse acesso à ele com regularidade. Ludmila faleceu sem um diagnóstico preciso de sua enfermidade.

Por tudo isso, denunciamos que a companheira Ludmila é mais uma vítima deste velho Estado genocida e seu falido sistema público de saúde. Porém, afirmamos, o povo prepara e eleva a luta revolucionária para finalmente conquistarmos um país novo onde os trabalhadores terão acesso a terra, paz, trabalho, justiça, liberdade e todos os avanços da ciência.

A simplicidade, a solidariedade e a alegria de Ludmila permanecerão sempre vivos nos corações e memórias de seus familiares, amigos e companheiros.

Companheira Ludmila, presente na luta!
Companheiro Renato Nathan, presente na luta!
Honra e glória aos heróis do povo brasileiro!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
MFP – Movimento Feminino Popular

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