Dezembro de 2009
A Associação Internacional dos Advogados do Povo (IAPL) condena energicamente os bárbaros assassinatos dos coordenadores da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia (LCP), Élcio Machado (Sabiá), e Gilson Gonçalves, no último 8 de dezembro, na região de Buritis, Estado de Rondônia, noroeste do Brasil.
Por volta das 14hs de 7 de dezembro, Élcio e Gilson foram sequestrados por homens armados na estrada que liga o acampamento Rio Alto e a cidade de Buritis. Quando seus corpos foram encontrados, eles tinham marcas de brutal tortura. Suas unhas foram arrancadas, pedaços de sua pele escalpelados de seus corpos e suas orelhas foram cortadas. Eles foram executados sumariamente com uma espingarda calibre 12, na nuca. Os corpos foram encontrados dois dias depois.
No mesmo dia, ao amanhecer, outros dois camponeses haviam sido perseguidos na mesma estrada.
Gilson Gonçalves foi um dos entrevistados em 2008, pela missão de investigação (fact-finding mission) organizada pela IAPL em Rondônia. Durante essa missão de investigação, Gilson denunciou as detenções ilegais e perseguições na região e forneceu evidências contra o latifundiários da região.
O que exigimos
A Associação Internacional dos Advogados do Povo (IAPL) condena o assassinato de Élcio Machado e Gilson Gonçalves. Relatórios recebidos indicam o envolvimento do proprietário Dilson Caldato, bem como a polícia e outros agentes do Estado no assassinato.
A IAPL também está preocupada com o papel desempenhado pela Comissão Nacional Contra a Violência no Campo e os órgãos do Instituto Nacional de Reforma Agrária, que parecem atuar como órgãos que acusam os camponeses e permitem as ações ilegais das milícias dos latifundiários.
A IAPL exige que o governo brasileiro imediatamente investigue e puna os responsáveis por estes assassinatos, e investigue outros crimes contra os camponeses relacionados com lutas pela terra.
Por fim, a IAPL solicita a organizações, escritórios e particulares, a difundir esta informação e enviar declarações exigindo justiça para Élcio Machado e Gilson Gonçalves.
Edre Olalia,
Presidente da IAPL
