Estiveram presentes camponeses de Palmares (Theobroma) e Corumbiara, acampamento Cajueiro (em Parecis), das áreas Canaã e Raio do Sol (em Ariquemes), Rio Alto e Jacinópolis (em Buritis). Somaram-se sinceros apoiadores da luta camponesa – estudantes, operários, professores, pequenos comerciantes e outros trabalhadores – vindos de Corumbiara, Cerejeiras, Rolim de Moura, Cacoal, Jaru, Ariquemes, Porto Velho e dos estados do Pará, Minas Gerais e Paraná. Cerca de 450 pessoas ao todo participaram durante os três dias de atividades.
Pela primeira vez, foi realizada uma cerimônia no local onde ficava o acampamento em 1995. No dia 8 pela manhã os participantes tiveram que andar 4 Km para chegarem ao local e durante o caminho alguns camponeses relembravam dos episódios daquela batalha, pisando o chão regado pelo sangue camponês. Quando foram avistadas as bandeiras vermelhas, uma para cada vítima, uma forte emoção encheu os corações de todos. A cerimônia foi iniciada com o hino da luta pela terra “Conquistar a terra”. Depois da leitura de um texto e poesias foram saudados os nomes das vítimas de Santa Elina e em seguida uma salva de foguetes rasgou os céus, somados aos gritos de: “Presente!”, “Nem que a coisa engrossa a Santa Elina é nossa!”, “Viva os heroicos combatentes de Corumbiara!”, “Viva a Revolução Agrária!”.
Cultura e integração
Um mural com fotos permitiu aos participantes conhecer um resumo da história da Batalha de Corumbiara, desde 1995 até hoje, com a Área Zé Bentão.
A noite cultural foi aberta pelas crianças alunos da Escola Popular da Área Zé Bentão com uma homenagem à pequena Vanessa, assassinada pela PM de Rondônia na Batalha de 1995 quando tinha apenas 7 anos de idade. Em seguida, foi a vez das mulheres cantarem o hino do MFP “Lutadoras da Revolução”.
Na segunda-feira a noite foram apresentadas duas peças de teatro que ilustravam a luta camponesa. A primeira foi organizada por estudantes de Porto Velho e a segunda, por camponeses das áreas Canaã e Raio do Sol. Também teve contadores de causos e piadas e no encerramento uma queima de fogos de artifício.
Quem esteve presente pode ainda participar do torneio de futebol, bingo e baile de forró durante a noite.
Um mar de bandeiras vermelhas pelas ruas de Corumbiara
Os três dias de atividade foram encerrados com uma vigorosa manifestação em Corumbiara, o que já é uma tradição na cidade e na história da LCP. Ao todo mais de 200 pessoas participaram. Camponeses empunhando suas bandeiras e faixas marcharam firmes pelas ruas ao som de músicas de luta, palavras de ordem e das palavras dos participantes que se revezavam no carro de som.
Como sempre a imprensa de Rondônia nada falou sobre a celebração em Corumbiara.