Notícias da Luta Camponesa 06: Leia mais em AND

Reproduzimos abaixo importantes notícias acerca dos recentes acontecimentos relativos à luta camponesa no país, publicados em www.anovademocracia.com.br

 

CE: Camponeses em protesto exigem regularização de suas terras

Publicado em 12 de setembro de 2022, por Gabriel Artur

Um grande contingente de camponeses bloqueia trechos das rodovias CE-040, CE-080 e CE-187, localizadas respectivamente nos municípios de Fortim, Caucaia e Crateús, no Ceará, exigindo a regularização de suas terras e uma audiência com a governadora reacionária Izolda Cela (PDT). As pistas estão com o fluxo de veículos interrompido desde às 7h. (Leia mais)

Camponeses em protesto fecham 3 importantes rodovias no Ceará.

 

 

RR: Camponeses bloqueiam estradas por 8 dias

Publicado em 26 de agosto de 2022, por Gabriel Artur

Camponeses produtores de banana bloquearam as estradas BR-210 e BR-174 entre os municípios de São João da Baliza e Caroebe, no sul de Roraima, nos dias 11 a 19 de agosto. Os camponeses impediram exclusivamente a passagem dos caminhões cargueiros de banana, que vão de Roraima à Amazonas. O protesto ocorreu durante toda a semana. Eles afirmam que os compradores de Manaus monopolizaram o mercado da banana prata na região e de que não querem pagar mais do que 30 reais pela caixa, que é vendida por até 80 reais na capital amazonense. O protesto recebeu grande apoio dos caminhoneiros e da população local. (Leia mais)

Camponeses bloqueiam duas estradas por mais de uma semana. Foto: Banco de Dados AND

 

PA: Camponeses colocam Incra contra a parede

Publicado em 16 de agosto de 2022, por Gabriel Artur

Camponeses das comunidades Divino Pai Eterno, Terra Nova e Selva de Pedra, em Uruará, no Pará, bloquearam a BR-230 no dia 15 de agosto reivindicando a titularidade de suas terras. As famílias camponesas exigem que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) divulgue a lista de Projetos de Assentamento (PA) aprovados e que dê continuidade a regularização fundiária de suas terras, cumprindo com acordo feito com os camponeses. Além disso, as massas exigem que o Incra realize um levantamento dos camponeses moradores do assentamento Selva de Pedra, e que a concessionária de energia local acelere o processo de instalação de rede elétrica nas comunidades Divino Pai Eterno e Terra Nova. (…)

INCRA MENTE E CAMPONESES ESCALAM SUA COMBATIVIDADE

Frente à morosidade continuada do Incra, sua omissão e conivência com a grilagem de terras e o papel chave que joga na expulsão de camponeses de suas terras em benefício do latifúndio, os camponeses já não “pedem” ao Instituto, e sim exigem, elevando a combatividade de suas lutas. Tal escalada se expressa nos últimos anos como uma grande onda de ocupações das sedes do Instituto por todo o país. Camponeses de Rondônia, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraíba e Santa Catarina foram pessoalmente bater na porta do Incra para cobrar seus direitos. Na ocupação ocorrida em 2013 na sede de Belo Horizonte, em Minas Gerais, camponeses organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) afirmaram que se tivessem simplesmente entregado uma carta com a pauta de reivindicações ao representante regional do Incra as queixas seriam ignoradas, como acontece frequentemente, e que com a ocupação conquistaram vitórias importantes. Com isso, o Instituto encontra-se cada vez mais encurralado pelas massas camponesas, que não aceitam mais passar anos e anos na beira de estradas, realizam o corte popular e exigem o reconhecimento de suas terras como direitos efetivos conquistados mediante dura luta frente aos bandidos do governo. É, portanto, motivo de profundo incômodo ao Incra que os camponeses estão resolvendo de maneira muito mais eficiente do que a falida política de “reforma agrária” do “Estado democrático de direito” a questão da democratização do acesso à terra em nosso país. (Leia mais)

Camponeses bloqueiam BR-230 exigindo a titularidade de suas terras. Foto: Confirma Notícias

 

AM: Camponeses são multados por protestar

Publicado em 12 de agosto de 2022, por Gabriel Artur

Camponeses moradores das comunidades Canoas e Rio Pardo, em Presidente Figueiredo, a 119 km de Manaus, foram multados em valores de R$ 2 mil até 17 mil por protestar contra as condições intrafegáveis e problemas na infraestrutura dos ramais que levam à cidade no dia 11 de julho. Os camponeses bloquearam parte da rodovia BR-174 exigindo respostas da prefeitura do município, comandada pela prefeita reacionária Patrícia Lopes (MDB).

O camponês Marino Alves Silva, que foi multado em mais de R$ 17 mil por estar na manifestação, afirmou que mesmo com a estrada liberada foi pedida a prisão das lideranças do protesto, e que essas estavam sendo ameaçadas de morte. A recuperação dos ramais é cobrada há anos no município. No ano de 2020 o Governo Federal repassou, por meio de uma emenda do senador Eduardo Braga, da mesma sigla da prefeita, o valor de R$ 9,5 milhões para as melhorias. As obras ainda não foram executadas, gerando grande revolta na população.

Na mesma cidade, em junho, um camponês foi até a porta da prefeitura para protestar por melhores condições nas estradas do município. Indignado, ele levou parte da sua produção de verduras perdidas por não conseguir trafegar nos ramais e fazer o escoamento e jogou os alimentos na entrada do prédio. O camponês denuncia em vídeo: “Quatro horas da manhã, eu tinha que estar em Manaus. Os carros estão aqui, meus carros são de 2019, destruídos. O cara não tem estrada para rodar.”. Segundo o camponês, o problema é antigo: “A única coisa que a prefeitura pode fazer e não faz é isso aqui. Isso aqui não é de hoje, é uma vida toda. São 20 anos desse jeito aqui.”. (…)

Nessa região atua com proeminência a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), movimento de massas camponesas que luta pela Revolução Agrária. A Revolução Agrária, como Programa Agrário de transformação radical do campo, também traz respostas para os pequenos proprietários: “Toda a pequena e média propriedade está submetida à espoliação do capital financeiro. O sistema burguês-latifundiário protege o grande capital e o latifúndio, massacrando sistematicamente à pequena e média propriedade e explorando e espoliando ao extremo o proletariado e as massas populares, dentro delas o campesinato pobre sem terra. Por isto, além da conquista da terra que vai destruindo o latifúndio, é fundamental a organização da pequena produção em formas associativas para torná-la minimamente viável economicamente. Organizar cooperativas, grupos coletivos ou qualquer modalidade de trabalho conjunto é fundamental para que o camponês não saia da terra conquistada e ela não retorne às mãos do latifúndio e sirva de ponto de apoio para sustentação e continuidade da luta.”. (Leia mais)

Camponeses são perseguidos por protestar. Foto: Banco de Dados AND
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