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Perseguição e prisão política contra apoiadores da Liga dos Camponeses Pobres continua

Depois de 8 dias presa, sob condições sub humanas, num depósito velho da cadeia de Manga, sem banheiro, sem as mínimas condições que uma pessoa precisa para manter sua integridade e sua saúde física e mental, a companheira Flávia foi transferida para a cadeia de Montalvânia durante a noite de sexta-feira dia 22/01, sem o conhecimento do advogado e nem mesmo da família.

Desde a noite de 16 de janeiro, quando voltavam da roça em Jaíba, onde plantam mamona, milho e feijão os companheiros Wanderson Antonio e Flávia Avelina, estão presos, acusados de porte ilegal de arma, levados para a cadeia de Manga.

Os companheiros, assessores da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia atuam no apoio ao trabalho de alfabetização de Jovens e Adultos no campo e na organização dos cursos de formação do movimento. Os companheiros são muito conhecidos na região. Recentemente receberam ameaças, inclusive de morte e logo nesse momento são presos, acusados dessa forma.

Na sexta-feira, com o Pedido de Liberdade Provisória e os antecedentes criminais na mão, onde consta que são réus primários e possuem residência fixa, a Juíza da cidade, pediu documentos extras que não se referem ao caso, como condição de avaliar o pedido de liberdade.

Isto tem uma clara intenção de adiar a libertação dos companheiros e de ganhar tempo para tentar incriminá-los, numa atitude que se repete com as pessoas que são pobres e com lutadores sociais. Mais tarde, a decisão foi passada para o Juiz de plantão, que ainda não decidiu sobre o caso e também está pedindo outros documentos, mantendo dessa forma uma prisão política e arbitrária.

O movimento camponês combativo tem enfrentado um cerco e perseguições por parte do latifúndio e seus bandos armados e pelo aparelho jurídico e repressivo do Estado. Que a todo custo tentam criminalizar a luta pela terra, com ameaças, perseguições, calunias e toda sorte de acusações, no intuito de barrar a luta pela terra, e taxar de criminoso qualquer um que participe e apoie a luta.

O que comprova mais uma vez a quem serve esse Estado burguês e latifundiário, que persegue e prende os camponeses que lutam pela conquista da terra e aqueles que lutam por uma verdadeira e nova democracia.

A Liga dos Camponeses Pobres vem à publico REPUDIAR e DENUNCIAR toda à ação de criminalização, banalização, desmoralização e perseguições que o Estado vem impondo ao movimento camponês de uma forma geral, bem como aos camponeses e apoiadores da luta camponesa combativa em particular.

Como exemplo dessa perseguição é caso do companheiro Wilson, Presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Santa Rita. Que foi preso e interrogado de forma truculenta, sob tortura psicológica, por ter cedido a sede do assentamento para a realização de um Curso de Formação de Professores para atuar nas áreas do movimento. E também o caso do companheiro Gerônimo Gomes, que foi detido em sua casa e interrogado durante 3 horas sob as mesmas acusações infundadas e absurdas.

Responsabilizamos o Estado por tudo o que vier à acontecer contra os dois companheiros e contra qualquer outro camponês ou companheiro simpatizante e apoiador da luta camponesa pela destruição do latifúndio. Convocamos ao povo trabalhador e a todos os democratas, cidadãos de bem, progressistas e intelectuais honestos a apoiarem e defenderem esses companheiros que lutam por uma verdadeira democracia!

Liberdade imediata para os companheiros presos!
Viva a Revolução Agrária!
O povo quer terra e não repressão!