Republicamos abaixo a matéria do portal A Nova Democracia, publicada em 9 de julho, sobre o ataque de pistoleiros à Área Revolucionária Valdiro Chagas.

Pistoleiros de Machadinho d’Oeste, em Rondônia, voltaram a atacar camponeses da Área Revolucionária Valdiro Chagas, localizada na área rural do mesmo município.
Os camponeses denunciam que os bandidos são liderados pelo delinquente mercenário Gesulino Travagine Castro, um pistoleiro com longo histórico de crimes que faz o serviço sujo dos latifundiários locais.
“Eles estão dentro da Valdiro Chagas, estão atirando contra as pessoas. Pararam até nossas crianças, teve uma criança que desmaiou, porque desceu do ônibus e ficou sendo interrogada por eles”, relatou um camponês, em relato enviado para a Redação de AND pela Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo) de Rondônia.
Uma outra camponesa denunciou que pistoleiros passaram de caminhonete na entrada da área e dispararam contra a porteira. Outros bandidos roubaram a corrente que trancava o portão. “Recolhemos cápsulas de calibre 12 aqui. Algumas pessoas não estão nem dormindo”, detalha ela.
Os camponeses denunciam que um dos pistoleiros é chamado Diógenes Gonçalves Costa. Várias testemunhas afirmam ter visto o homem em uma caminhonete e circulando com pistoleiros na área.
As massas também dizem que a Polícia Militar (PM) está, mais uma vez, acobertando os crimes da pistolagem. Imagens aéreas feitas por drones mostraram carros e tropas da PM circulando pela região junto de escavadeiras e um caminhão (ver abaixo).
Gesulino é um bandido conhecido na região. Condenado pela Chacina de Buritis, esse delinquente atacou várias vezes, nesse ano, a Área Revolucionária Gedeon José Duque, em Machadinho D’Oeste. Os ataques foram amplamente denunciados pelo jornal A Nova Democracia, de tal modo que, irritadiço, Gesulino chegou a enviar mensagens, em uma tentativa de ameaça, para nossa Redação.
O novo ataque ocorreu dois dias depois de um ato público na Área Revolucionária Companheiro José Ricardo em solidariedade aos camponeses da área Gedeon José Duque.
No momento, ativistas e advogados já se mobilizam em defesa dos camponeses de Valdiro Chagas. A Abrapo publicou uma nota em denúncia do caso de violência e da omissão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que até agora “não cumpriu com os seus deveres e obrigações e não houve nenhuma movimentação da autarquia para regularizar a questão”, embora, “desde agosto do ano passado, a equipe de advogadas da Abrapo de Rondônia vem tentando negociar com o Incra para que tome providências na área e no processo de reintegração de posse, visto que trata-se de área pública grilada, que deveria ser destinada para o Programa Nacional de Reforma Agrária”.