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PM de Pimentel/PT trabalha como capangas dos monopólios de monocultura de eucalipto

No último dia 19 de abril, um oficial de Justiça, acompanhado por policiais militares, tratores e caçambas, tentaram cumprir mais uma reintegração de posse ilegal contra as famílias do Acampamento Alvimar Ribeiro dos Santos, organizado pelo MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens e pela CPT – Comissão Pastoral da Terra, na área denominada como Buriti Pequeno na cidade de Grão Mogol. Estas terras foram retomadas das empresas Foscalma e Floresta Empreendimentos, monopólios de monocultura de eucalipto que, desde a década de 1970, durante o regime militar fascista, grilaram milhares de terras públicas do Estado e expulsaram incontáveis famílias camponesas da extensa região conhecida como “Vale das Cancelas”. O acampamento está localizado próximo à cabeceira do Córrego São Lourenço, às margens da estrada municipal que liga o distrito de Vale das Cancelas à cidade de Grão Mogol, no entroncamento que dá acesso à barragem da Usina Hidrelétrica de Irapé. Muitas das famílias que estão no Acampamento Alvimar Ribeiro dos Santos foram expulsas de suas terras quando da construção desta hidrelétrica inaugurada em 2006.

Em 2009, no bojo “Operação Grilo”, que resultou na prisão de grupos criminosos alocados na empresa Floresta Empreendimentos entre outros monopólios do setor, ficou comprovado à grilagem de milhares de hectares de terras públicas devolutas pelos monopólios de monocultura de eucalipto na região. Somente em um de seus incontáveis crimes, em 2005, a empresa Foscalma S/A Comercial Exportadora vendeu 4.946,00 hectares de terras devolutas arrendadas do Estado de Minas Gerais para a empresa Floresta Empreendimentos. Apesar da existência de processos já concluídos que comprovam os criminosos esquemas de grilagem de terras públicas devolutas impostos pelos monopólios de monocultura de eucalipto na região do “Vale das Cancelas”, os camponeses pobres, posseiros, pequenos e médios proprietários de várias comunidades como Buriti, Tingui, Córrego do Engenho, São Lourenço e Bonfim Estreito seguem tendo o seu acesso à terra negado e as suas justas reivindicações criminalizadas.

O gerenciamento estadual de Fernando Pimentel/PT, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário (SEDA), da mesma forma como faz com os camponeses pobres herdeiros da heroica resistência dos posseiros de Cachoeirinha em 1967, segue negando aos camponeses do “Vale das Cancelas” o sagrado direito de retomar as suas terras roubadas pelo latifúndio de velho e novo tipo (agronegócio). Ao invés de desapropriar as terras devolutas roubadas pelos monopólios de monocultura de eucalipto e devolvê-las aos camponeses, com sua demagogia de “Mesa de Diálogo e Negociação Permanente”, o gerenciamento de Fernando Pimentel/PT segue avalizando os crimes destas empresas e assanhando os intentos predatórios destes monopólios parasitas.

É hora de unir camponeses, indígenas e quilombolas! Com o apoio dos operários e demais trabalhadores da cidade! Varrer todo esse lixo de corrupção, miséria, injustiça, exploração, opressão e genocídio, para conquistar a Nova Democracia e o Brasil Novo.

Terra a quem nela vive e trabalha!
Unir Camponeses, Indígenas, Quilombolas e atingidos por barragens e minerações!
Conquistar a Terra e os Territórios!

Montes Claros, 28 de abril de 2018

Comitê de Apoio à Luta pela Terra