Somente na quarta feira (17) a PF prestou esclarecimentos sobre a operação e inclusive proibiu a imprensa local de filmar ou informar sobre a ação.
Informações do jornal Rondovale que acompanhava o despejo desmentem a versão do delegado da PF Caio Porto Ferreira que diz ter realizado negociação por mais de 30 minutos antes de atacar as famílias. Segundo o jornal a tropa de choque aguardou apenas 5 minutos antes de começar a usar bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Em nenhum momento os camponeses apresentaram resistência, os policiais tinham interesse apenas de provocar terror entre as famílias não tentaram conversar e apenas invadiram a fazenda.
O relato aponta ainda que os policiais se ajoelhavam nos pescoços dos camponeses e puxando os cabelos espirravam spray de pimenta nos olhos dos detidos. A maioria dos acampados saiu apenas com a roupa do corpo e tiveram ferramentas de trabalho, utensílios e alimentos destruídos.
Os camponeses disseram a redação do jornal que a PF alertou para terem “Cuidado com o fazendeiro e seus comparsas que estão dentro da fazenda:, “se vocês virem eles corra, pois nós não responsabilizamos pelas vidas de vocês”. O fazendeiro citado é conhecido como “Timiro”, ele arrendou as terras e colocou gado na área com ajuda da Policia Militar. Mesmo a área estando em poder judicial.
As terras onde está localizado o Acampamento Paulo Freire 3 são terras da União, o latifundiário Sebastião de Péder tenta manter essas terras baseado em título ilegal emitido pelo INCRA para o filho do fazendeiro, uma criança de apenas 12 anos na época.
Em fevereiro os camponeses da área haviam denunciado a atuação de grupos armados de segurança que atuavam na área, inclusive conseguiram prender um dos participantes que confessou ser pistoleiro. Tanto a PF quanto a PM local não tomaram nenhuma providencia no sentido de prender estes elementos que atuam a mando do latifundiário.