Um encarregado da prefeitura disse que arrumariam nossas estradas no início de junho. Só não falou de que ano…
Por outro lado, um latifundiário vizinho foi na prefeitura uma só vez e as máquinas fizeram 10 quilômetros de estrada que não estavam previstos. Estas máquinas da prefeitura trabalharam perto da gente, mas foram embora no último dia 8, sem entrar em nossas áreas.
Por tudo isso o prefeito nos obrigou a ocupar a prefeitura.
Vimos com nossos olhos como o Sr. Lourival trata o povo que produz, paga imposto, ajuda a abastecer a cidade e a movimentar o comércio.
O secretário levou policiais para reunir com uma pequena comissão. Por que tanto medo de nós? Quem não deve não teme!
Chegaram várias viaturas da Polícia Municipal, PM, GOE, com vários policiais armados até de fuzis. Fomos despejados da prefeitura sem nada de concreto. E o secretário deu gargalhadas…
Não somos bandidos!
Bandido é o prefeito que enrola, mente, tira nosso direito de ir e vir, deixa nossa vida em situação de risco, especialmente a de nossos filhos.
O prefeito conseguiu uma coisa: nos deixar mais revoltados. Só vamos desocupar a prefeitura com as máquinas para arrumar nossas estradas e pontes.
Queremos estradas e pontes de qualidade, não repressão!
Se o camponês não planta, a cidade não almoça nem janta!
Comissão de moradores das áreas Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2
Os camponeses, representados pela Comissão, compareceram na audiência e reivindicaram o conserto das estradas que dão acesso ás áreas. Após diversas intervenções, o prefeito, apesar de se recusar a assinar qualquer documento, garantindo que sua palavra bastava, se comprometeu em enviar os maquinários que estão na C-50, no prazo de 07 dias, para realizar o conserto das estradas, construção das pontes que estão quebradas ou em péssima situação de conservação e abertura de 05 quilômetros de estradas na área Renato Nathan 2.
Os camponeses realizaram Assembleia e decidiram esperar que o prefeito cumpra o prazo para o início das obras nas estradas, decidindo retirarem-se da prefeitura.
Enquanto esperam, as crianças continuarão sem estudar, já que não há condições de trafegar o ônibus escolar nas estradas. Mais uma vez os camponeses organizados desmascaram o velho Estado e comprovam que só com luta garantem seus direitos.
Fonte: Comissão de moradores das áreas citadas e Lenir Correia Coelho – Assessora Jurídica da CPT/RO