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Resposta às matérias do jornal Estadão do Norte

Nos últimos dias o jornal Estadão do Norte publicou novamente matérias caluniosas e difamatórias sobre a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia.

Notoriamente conhecido por ser financiado com muito dinheiro da Assembleia Legislativa e pelo governo do Estado e por sua fidelidade canina na defesa dos interesses dos latifundiários e seus políticos corruptos o jornal não se cansa de atacar e denegrir a justa luta dos camponeses pobres pela terra.

Em sua edição do dia 23 de setembro o Estadão publicou com o título de “Guerrilheiros da LCP compram armas com dinheiro da cocaína”, matéria baseada em declarações infundadas do Major da Polícia Ambiental Josenildo Nascimento onde acusa a LCP de ter vinculações com as Farc, de ser grupo guerrilheiro e de ser financiada pelo narcotráfico etc.

A LCP é uma organização de luta dos camponeses pobres, atuamos de forma independente de partidos políticos, políticos corruptos, de Ong´s etc. Temos por princípio sustentar nossa luta com nossas próprias forças e também contar com aqueles que nos apóiam.

Desafiamos o Major Josenildo a apresentar isca de prova de nossas vinculações com Farc ou narcotráfico. Jamais conseguirá, pois não existem e nunca existiram, a não ser na cabeça de uns quantos arautos e escribas do latifúndio.

Curioso é que no mês de agosto quando realizamos o 5° Congresso em Porto Velho no qual participaram cerca de 500 camponeses em Porto Velho o jornal não escreveu uma única linha sobre o evento.

Ao contrário do que diz o jornal, a LCP não possuiu nenhum sítio de notícias.

Seguindo com suas cantilenas o jornal ainda acusa a LCP de defender a luta armada abertamente. Não senhores, nós defendemos uma Revolução Agrária na qual os camponeses pobres sem terra ou com pouca terra, tomem todas as terras do latifúndio. Pois estamos diante da mais completa falência da reforma agrária do governo que é incapaz de resolver o secular problema agrário.

Estes mesmos disparates foram utilizados contra a LCP nos meses de março e abril, quando a imprensa a serviço do latifúndio desatou uma campanha odiosa de criminalização da luta camponesa em Rondônia. Todas as mentiras foram desmascaradas, inclusive pelo Exército e Polícia Federal.

Na época Cassol tentou usar a LCP de bode expiatório para desviar a atenção da Operação Arco de Fogo que ameaçava os esquemas montados pela Sedam – Secretaria do Meio Ambiente com grandes madeireiros, tentando colocar a culpa do desmatamento na LCP. Também queria desviar atenção da Operação Titanic que apurou o envolvimento da família Cassol e de Mario Calixto (Estadão) em esquemas de corrupção que desviou R$ 7 milhões dos cofres públicos através da sonegação fiscal de na importação de carros de luxo.

Estas campanhas resultaram numa onda de repressão aos camponeses em luta, com despejos violentos, perseguições e assassinatos.

Em abril o trabalhador Edson Dutra foi assassinado por pistoleiros do Catâneo e do Amorim, no acampamento Conquista da União, em Campo Novo, estes latifundiários organizaram bandos armados que atuaram livremente na região.

O que o Major Josenildo e o jornal não dizem, é que no dia 9 de setembro uma operação da polícia comandada pelo próprio major atuou sem ordem judicial no despejo das famílias do acampamento Nova Conquista em União Bandeirantes.

Policiais e pistoleiros fardados efetuaram centenas de disparos contra pessoas indefesas, depois de rendidos os camponeses sofreram todo tipo de humilhações e 7 camponeses foram torturados na sede da Fazenda Mutum. A justiça federal havia dado imissão de posse ao Incra, ou seja, o fazendeiro deveria ser retirado da área e não os camponeses.

Passados mais de duas semanas da ação criminosa os camponeses ainda continuam presos sem que tenham sido julgados. Tiveram os hábeas corpus negados e estão isolados no presídio Urso Branco sem poder receber visitas. Gerolino Nogueira que está gravemente doente foi mantido por 7 dias acorrentado numa cadeira no hospital João Paulo II e depois também enviado ao presídio.

Jaru, 23 de setembro de 2008

Exigimos direito de resposta!
Exigimos a verdade!
Exigimos a libertação imediata de todos os camponeses presos!
O povo quer terra, não repressão!


Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres
Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental