RO: Vitoriosa Missão de Solidariedade é realizada na Área Revolucionária Valdiro Chagas

Luta camponesa

Republicamos abaixo matéria divulgada pelo Jornal A Nova Democracia, publicada em seu portal em 18 de setembro de 2025.

Imagem: Foto/AND.

No último dia seis de setembro de 2025 ocorreu, na Área Revolucionária Valdiro Chagas, dirigida pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP), uma Missão de Solidariedade convocada pelo Comitê de Apoio à Luta Pela Terra (CALT). Participaram do ato o Diretório Central dos Estudantes da UNIR (DCE/UNIR), Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação (Moclate), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e Movimento Feminino Popular (MFP). A Correspondência local AND em Porto Velho cobriu presencialmente a atividade.

A manifestação começou dentro do Barracão de Assembleia Popular da Área Valdiro Chagas, onde representantes das organizações deram início ao seguimento de falas e, em sequência, ficou aberto aos camponeses. 

Imagem: Foto/AND.

O companheiro Raimundo Nonato de Souza Gomes, camponês assasinado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) comandado pelo Comandante-Geral da Policia Militar de Rondônia (PM), Regis Braguin, na operacao ilegal do dia oito de agosto), foi amplamente lembrado e homenageado pelos seus companheiros de area, que celebravam sua vida denunciando sua morte, se recordando do seu compromisso e responsabilidade para com o grupo. Em suas falas, ressaltaram sempre a disciplina e dedicação nos estudos de Raimundo e principalmente sua combatividade. Em depoimento, um camponês afirma “Tá vendo essa foto aqui, um dia pode ser a minha. Eu posso morrer hoje, amanhã, mas eu vou morrer lutando” – se referindo a imagem do Raimundo.

Imagem: Foto/AND.

Ativistas camponeses relembram ensinamentos da LCP: o latifúndio, com suas forças para militares e policiais, no judiciário e imprensa marrom, tentam dividir e aterrorizar os camponeses justamente porque a luta camponesa combativa e organizada é o que consegue destruir o latifúndio; o terrorismo de Estado para parar a luta pela terra surte o efeito contrário, assim foi em 1995, em Corumbiara, em 2021, na área Tiago dos Santos e em tantos outros lugares Brasil afora.

Apoiadores também falaram de momentos da história onde forças que pareciam invencíveis foram e estão sendo derrotadas pela luta organizada e combativa do povo: queda das forças nazifascistas na Alemanha, da invasão imperialista ianque no Vietnã e da invasão imperialista sionista da Palestina. 

A representante da CPT recolheu informações dos camponeses e interviu no ato transmitindo a saudação desta organização, que acompanha de perto a luta da área Valdiro Chagas e região. Denunciou ainda que Rondônia possui mais de 70 áreas em risco crítico de conflito entre camponeses e latifundiários.

Após as falas, um grupo de crianças camponesas residentes da Área solicitaram um pouco de espaço, e tempo, dos presentes, para realizarem a apresentação de duas músicas. Iniciaram entoando a canção “Conquistar a Terra” e em seguida cantaram “O Risco”, emocionando a todos no local.

Imagem: Foto/AND.

Em seguida foi realizada uma manifestação com uma passeata ao redor do galpão, onde os camponeses, ao lado de estudantes, professores e técnicos, içaram suas bandeiras e bradaram palavras de ordem em defesa da luta pela terra.