SPBC: CEBRASPO e NAP promovem ato contra a criminalização do movimento camponês

No dia 16 de julho passado, o CEBRASPO e o NAP (Núcleo de Advogados do Povo) realizaram um ato contra a criminalização do movimento camponês durante a realização da 60ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que aconteceu no período de 13 a 18 de julho, na UNICAMP, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.

SPBC: CEBRASPO e NAP promovem ato contra a criminalização do movimento camponês
SPBC: CEBRASPO e NAP promovem ato contra a criminalização do movimento camponês

Contra a criminalização do movimento camponês em luta pela terra! Pela imediata libertação dos camponeses presos políticos! Estas foram as duas questões centrais que motivaram a campanha que, nos primeiros dias do evento, percorreu o campus para estar em contato direto com os congressistas e visitantes, na maioria estudantes, professores e pesquisadores, de quase todos os estados brasileiros e também de outros países como Peru, Cuba, Siri Lanka, que foram à SBPC para discutir e trocar conhecimentos sobre “Energia, Ambiente e Tecnologia” – tema central da reunião de 2008.

O ato de solidariedade aos camponeses presos teve lugar em frente ao Restaurante Universitário da Unicamp, quando foi passado um abaixo-assinado contra a crescente criminalização do movimento camponês, em particular da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) que, recentemente, foi atacada pela imprensa reacionária numa tentativa de difamação e descaracterização desta organização, uma legítima organização de massas camponesas em luta pela terra.

SPBC: CEBRASPO e NAP promovem ato contra a criminalização do movimento camponês
SPBC: CEBRASPO e NAP promovem ato contra a criminalização do movimento camponês

“A luta pela terra tem crescido muito nos últimos anos em consequência da manutenção do sistema latifundiário constituído no Brasil, desde o período colonial, junto com arcaicas relações de produção no campo. E em resposta ao crescimento desta luta, a ação do Estado tem sido no sentido de aumentar a repressão ao movimento camponês, particularmente na região amazônica, criminalizando a justa luta pela terra para quem nela trabalha”, afirma o texto do abaixo-assinado, que reivindica a imediata libertação dos camponeses presos políticos no sul do Pará (Raimundo Dias Ferreira, José Cláudio Alves Bezerra, Martinho Julio Ferreira Dias, José Gomes Silva, João Rufino Silva e Jesus Pereira da Silva, presos desde o dia 28 de maio último; e em Pernambuco (Fábio Paraíso da Luz, preso desde 3 de julho passado).

Faixas foram afixadas no local; folhetos sobre a situação no campo foram distribuídos e pronunciamentos foram feitos para denunciar a “justiça” brasileira que liberta banqueiros corruptos e criminosos, como Daniel Dantas, enquanto mantém encarcerados, em condições subhumanas, os camponeses pobres. Por tudo isso, o ato contou com amplo apoio dos congressistas da SBPC, que repudiaram a prisão daqueles que lutam por seus legítimos direitos.

Entre todos os congressistas presentes à 60ª Reunião Anual da SBPC, um total de 1055 assinaram contra a criminalização dos camponeses pobres, a perseguição que recai sobre eles, as prisões arbitrárias, as torturas cruéis e os covardes assassinatos cometidos pelos latifundiários, juntamente com os aparatos de repressão do velho Estado na tentativa de barrar a justa luta pela terra e pela destruição do latifúndio.

O abaixo-assinado contou ainda com o importante apoio de vários funcionários e operários que trabalham na Unicamp e que foram, espontaneamente, assinar e marcar a solidariedade da classe aos camponeses em luta.

CEBRASPO – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos

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