Seminário contra a criminalização do Movimento Camponês

No dia 06 de maio de 2009 realizou-se em Maceió/AL, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um vitorioso seminário em defesa da justa luta pela terra e a Revolução Agrária. Organizado conjuntamente pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) e o Núcleo de Advogados do Povo (NAP). Além do apoio do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR). Compareceram cerca de 200 pessoas dentre camponeses, estudantes, professores, verdadeiros democratas e progressistas.
O Seminário é uma das respostas dos camponeses pobres contra a campanha de criminalização do movimento da luta organizada e combativa pela terra. Lá se denunciou o aumento da repressão e o fracasso da reforma agrária do governo.

Convidado para compor a mesa do seminário, o Defensor Público Rômulo Alves, que atuava no Fórum Agrário até ser transferido por conta de pressões políticas para a Vara Criminal, desmascarou a farsa do Fórum Agrário que, segundo ele, “era só mais uma ilusão ao sonho da Reforma Agrária”: “é incrível como nos enganam! Criaram toda uma estrutura que não funciona na prática! Hoje, todas as liminares de reintegração de posse são concedidas sem nem mesmo levar em consideração as irregularidades das propriedades latifundiárias! As lideranças dos movimentos são mapeadas e é nos seus nomes que vem o mandado de reintegração de posse, se desobedecer a liderança é presa! E como se fosse pouco, pra ser juiz do Fórum Agrário basta uma indicação das classes dominantes! ” exclamou indignado o Defensor.

Com isso podemos concluir que com essa mais nova cartada do governo, o Fórum Agrário, o que temos nada mais é que um incremento da perseguição e repressão contra o povo pobre praticado por este velho estado de grande burgueses e latifundiários serviçais do imperialismo.

Ao abrir para as intervenções, um camponês acampado e organizado na Liga, falou francamente as humilhações e enganações que sofrem por parte do latifúndio e do INCRA: “são vários processos de reintegração de posse, nós resistimos como podemos. Enquanto isso o governo diz que vem vistoriar e não aparece. Em seguida despejam-nos. Somos tratados como cachorros! Só valemos alguma coisa na hora da eleição quando os oportunistas vêm pedir nosso voto e depois mandam a polícia nos expulsar das nossas terras!”, denunciou o camponês.

Por fim o representante da Liga que estava na mesa alertou sobre o desenvolvimento da crise do capitalismo e a grande onda de revolta popular que está se gestando. A luta pela terra só tende a aumentar, em quantidade e qualidade, e a Revolução Agrária está em curso para dar terra a todos os camponeses pobres sem terra ou com pouca terra.

Viva a Revolução Agrária!

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