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Terror não vai parar a luta pela terra!

Tomada da Fazenda Santa Elina em 1995

Terror não vai parar a luta pela terra!

O povo tem sede de vingar o sangue de seus heróis!

9 de agosto: viva a heroica resistência camponesa de Corumbiara!

Tomada da Fazenda Santa Elina em 1995Em 1995, no município de Corumbiara, 600 famílias camponesas tomaram a fazenda Santa Elina. Grande aparato de policiais e pistoleiros, fortemente armados, invadiram o acampamento na madrugada do dia 9 de agosto. Os camponeses opuseram heroica resistência, e com as armas que tinham – paus, foices e espingardas – sustentaram combate até esgotarem seus recursos. Depois de rendidos, os camponeses foram humilhados, espancados, torturados e 9 camponeses foram executados, inclusive a menina Vanessa, de apenas 7 anos. Vários camponeses morreram tempos depois, em consequência das graves sequelas. Até hoje, os maiores culpados destes crimes horrendos seguem impunes: os comandantes PM José Ventura Pereira, Mena Mendes e Hélio Cysnero Pachá, o governador na época Valdir Raupp (PMDB) e o mandante latifundiário Antenor Duarte.

Depois de diversas lutas, em 2010, famílias organizadas pelo CODEVISE – Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina e a LCP finalmente retomaram a maior parte da fazenda Santa Elina, resistiram a ataques de todo o tipo, cortaram as terras por conta e distribuíram os lotes entre si, onde cada família logo começou a viver e trabalhar. O Incra, tendo à frente o então superintendente Carlino Lima (PT), apareceu prometendo mundos e fundos, mas era só pra enganar. Eles cortaram novamente a fazenda em lotes menores, com as fontes de água mal divididas e num novo formato, desperdiçando estradas, casas e roças já feitas com recursos dos próprios camponeses. E o pior, excluíram várias famílias que haviam lutado naquelas terras.

Retomada vitoriosa da fazenda Santa Elina em 2010.Em meio de muitas dificuldades e lutas, hoje parte do sonho dos camponeses de 1995 é uma realidade – florescem as áreas revolucionárias Zé Bentão, Renato Nathan, Maranatã 1 e 2, Alzira Monteiro e Alberico Carvalho! E os camponeses seguem a luta por tomar o resto da fazenda e pela indenização de todas as vítimas.

Desde 1995, o latifúndio e o velho Estado segue assassinando crescentemente camponeses e indígenas, principalmente suas lideranças combativas. Só este ano fizeram massacres em Colniza (Mato Grosso) e em Pau D’Arco (Pará), totalizando só nesses dois episódios 19 camponeses executados. Em Rondônia, dezenas de camponeses já foram mortos, como recentemente Paulo Bento, assassinado por policiais do GOE, em Mirante da Serra e tantos outros.

Bandos armados do latifúndio com a cobertura ou atuação direta de policiais agem impunemente, aumentam as prisões de camponeses, as perseguições, ameaças, despejos de acampamentos, mesmo de áreas onde famílias tem a posse da terra há mais de 15 anos.

Mas assim como em 1995 quiseram desmobilizar os camponeses e paralisar a luta pela terra com campanhas de terror e matanças, hoje passados 22 anos tentam em vão e desesperadamente aplicar o mesmo. Mas inevitavelmente fracassarão! A luta pela terra só aumenta! E as massas camponesas se levantarão em grandes ondas para varrer o latifúndio, desatando a Revolução Agrária!

VAMOS HONRAR O NOME E A LUTA DOS CAMPONESES DA HEROICA BATALHA DE CORUMBIARA, DE COLNIZA, DE PAU D’ARCO, DOS COMPANHEIROS VITOR, PAULO, ADEMIR E TANTOS OUTROS TOMBADOS NA LUTA!

VIVA OS COMPANHEIROS SÉRGIO RODRIGUES GOMES, VANESSA DOS SANTOS SILVA, MANOEL RIBEIRO (NELINHO), MARIA BONITA, ARI PINHEIRO DOS SANTOS, ALCINDO CORREIA DA SILVA, ÊNIO ROCHA BORGES, ERCÍLIO OLIVEIRA CAMPOS, JOSÉ MARCONDES DA SILVA, NELCI FERREIRA, ODILON FELICIANO, OLIVEIRA INÁCIO DUTRA, JESUS RIBEIRO DE SOUZA, DARLI MARTINS PEREIRA!


O Brasil precisa de uma Grande Revolução!

Fechamento da BR 364, Jaru/RO

A situação do país é muito grave a crise é geral e se aprofunda. Os canalhas no velho Estado, tendo como gerente o desmoralizado Temer e sua quadrilha, seguem cada vez mais divididos e afundados em corrupção. Mas os diferentes grupos de poder, de diferentes quadrilhas de engravatados estão unidos, para tirar direitos do povo, reprimir a luta popular, aumentar ainda mais a exploração e o saque das riquezas da nação, servindo à burguesia, ao latifúndio, e seus patrões imperialistas, principalmente o ianque (Estados Unidos).

Aí está a contrarreforma trabalhista recém aprovada pela canalha corrupta e vende pátria, e agora se apressam para atacar a previdência social. Aí está a “Lei da grilagem de terras”, numa canetada, o “Terra Legal” vai legalizar roubos de terras públicas pelos latifundiários, esses sim, verdadeiros ladrões de terra.

Tentam conter a revolta popular contra a exploração, as injustiças e os abusos aumentando a matança de pobres no campo e na cidade. Como saída da crise os governistas, grandes burgueses, latifundiários e o monopólio da imprensa berram pelas “reformas” ditadas pelo FMI, enquanto os oportunistas eleitoreiros (PT, PCdoB, PSOL, PSB, etc.) clamam pelas eleições farsantes. Mas o povo já está cansado de enganação e repressão! O povo não quer nem estas “reformas” nem eleição, o povo quer uma mudança geral e radical. E esta só pode ser a Revolução!


Companheiro Vitor, presente na luta!

Companheiro VitorNo passado dia 5 de junho, o companheiro Liversino Azevedo, conhecido por Vítor, foi covardemente assassinado numa tocaia, tarde da noite, quando chegava à sua casa na área Alzira Monteiro, em Corumbiara.

Vitor participou da histórica Batalha de Santa Elina. Participou ativamente na luta contra a degeneração e desvios oportunistas de dirigentes caudilhos do MCC – Movimento Camponês Corumbiara, sempre unindo com outros líderes que depois fundaram a LCP. Junto com várias vítimas de Corumbiara e apoiadores, participou da ocupação em Brasília, em 2007, para cobrar do então presidente Luiz Inácio sua promessa de entregar a fazenda Santa Elina aos camponeses, indenizar as vítimas e punir os responsáveis. Nada foi cumprido. Vitor e sua família, tomaram parte na retomada vitoriosa da fazenda, em 2010.

Trabalhador que era, Vitor cuidava do seu lote e ajudava na produção do lote vizinho, de uma de suas filhas, a quem o INCRA legalmente a entregara. Porém o próprio INCRA havia retirado de lá um camponês que indevidamente colocara ali. Este, inconformado, ao contrário de exigir solução do INCRA se voltou contra a família de Vitor, passando a ameaçá-la de morte. Na ex-fazenda Santa Elina, o INCRA fez isso várias vezes, apoiado e atiçado pela direção oportunista da Fetagro, resultando na morte de muitos trabalhadores. Covardes oportunistas, são muito corajosos pra tomar lotes de camponeses pobres, são mestres em semear discórdia entre trabalhadores para jogar massas contra massas e fazer politicagem e corrupção, mas não enfrentam o latifúndio ladrão de terra e assassino de camponês. Responsabilizamos o INCRA como principal culpado pela morte do companheiro Vitor.

Vitor (em destaque) durante ocupação em Brasília.

Companheiro Ademir, presente na luta!

Companheiro Ademir

Ademir de Souza Pereira, membro da LCP e liderança dos acampamentos Terra Nossa 1 e 2 (Cujubim), foi covardemente assassinado em Porto Velho no repetido roteiro da morte, onde lideranças camponesas que participam de reuniões com agentes do INCRA, da Ouvidoria Agrária e do Terra Legal, são identificadas por latifundiários, pistoleiros e policiais e assassinados em seguida.

Os acampamentos Terra Nossa, lutam pelas terras da fazenda Tucumã, onde o latifundiário bandido Paulo Iwakami organizou e financiou bando armado tendo o policial guaxeba Moisés como chefe dos pistoleiros (foragido da Justiça e comandante do massacre de Colniza). Desde o início de 2016, Ademir é o 7º camponês assassinado na luta por essas terras.


Repúdio à prisão de 48 camponeses e à difamação da LCP

No dia 17 de julho, um grande número de policiais fortemente armados e utilizando helicóptero atacaram o acampamento Enilson Ribeiro 2, que lutam pelas terras da fazenda Paraíso, em Cujubim. Dispararam contra o acampamento e prenderam cerca de 48 camponeses. Moradores vizinhos viram policiais ateando fogo nos barracos, em pastos e casa de vizinhos. Tal operação criminosa foi autorizada e dirigida pelo comandante da PM Ênedy, antigo perseguidor do povo e da LCP. 39 pessoas seguem presas e indiciadas pela polícia civil.

A imprensa lixo de Rondônia desatou mais uma campanha de criminalização contra os camponeses e a LCP. Encheram a internet de artigos sensacionalistas com títulos como: “Armados com fuzis, invasores trocam tiros com a polícia após invadir e destruir Fazenda”, “LCP troca tiros com a Polícia Militar”, “Terroristas da LCP atacam”, “A guerrilha voltou a atacar”. Também acusam a LCP de fazer reféns, agressão, usar mulheres e crianças como escudo, etc. São mentiras mil vezes requentadas e vomitadas pela imprensa lixo, porta voz da polícia terrorista e do latifúndio. São ataques contra a LCP, para tentar criminalizar, desmoralizar e isolar o movimento, tentando jogando contra ele a opinião pública e incrementando ainda mais a repressão e os assassinatos dos pobres do campo.

Manifestação em Ariquemes

A versão mentirosa do tal confronto armado, cai por terra pelas próprias imagens divulgadas por um site policial. O que se vê são policiais disparando contra a mata e barulho de fogos de artifício. Onde estão os mortos e feridos do enfrentamento? Onde estão as viaturas crivadas de bala? Onde estão os fuzis e armas de grosso calibre a não ser nas mãos dos policiais e nas manchetes dos jornalecos?

E a título de comparação, quando a polícia realmente trocou tiro com um bando de guaxebas na fazenda Tucumã, ano passado, prendeu um grupo de pistoleiros com verdadeiro arsenal de guerra que antes havia assassinado e queimado 2 jovens, não se fez alarde sobre isso e ainda facilitou a fuga de Moisés, policial guaxeba que chefiava os pistoleiros a mando do fazendeiro e que recentemente comandou a chacina de Colniza, matando 9 camponeses. Posteriormente os demais pistoleiros presos foram soltos. Como sempre dois pesos, duas medidas.

Repudiamos todas as tentativas de atacar, difamar e criminalizar a Liga dos Camponeses Pobres! Repudiamos a onda de perseguição e assassinatos a lideranças camponesas! Repudiamos a ação da polícia do fascista Ênedy! Repudiamos as armações feitas pelo latifúndio que cria e financia bandos armados para assassinar, cometer crimes, e ainda jogar a responsabilidade nas costas dos camponeses!

Reiteramos nosso compromisso e apoio a luta pela destruição do latifúndio e conquista da terra! E conclamamos apoio e solidariedade aos camponeses presos! O terror do latifúndio e de seu velho Estado não vai parar a luta pela terra!

O povo quer terra, não repressão!

Viva a Revolução Agrária!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental


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