Prestigiaram a festa dois companheiros do Sindicato da Construção Civil de Belo Horizonte (Marreta), representando a diretoria da entidade; os camponeses de Áreas Revolucionárias de Manga, que fizeram esforço de solicitar um micro-ônibus na prefeitura e viajaram mais de 2 horas em estradas esburacadas para verem com os próprios olhos as terras que o Comitê de Defesa da Revolução Agrária esta cortando e entregando para os pobres do campo como havia comprometido em seus Comunicados (os mosquitinhos) e que foram espalhados por todo o Norte de Minas. Também participaram da festa, os companheiros do Comitê de Apoio à luta pela terra, de Montes Claros: de artista, operário, estudante, funcionário público, tinha de tudo um pouco e todos saudaram com alegria a celebração dos camponeses!
Durante o dia os companheiros procuraram acompanhar a programação preparada pelo CDRA, com uma Assembleia extraordinária depois do almoço, onde todos que quiseram, se pronunciaram saudando a área e também relatando sua luta, como os companheiros da Baixa Funda que relataram o 11º despejo sofrido por eles em abril e como eles se organizaram para protegerem suas lavouras e voltarem para a área. Também os companheiros do Marreta interviram denunciando mais uma vez o que foram os 13 anos do governo vende pátria e anti-povo do PT/Lula/Dilma, assim como o atual governo dos banqueiros, transnacionais, empreiteiros e latifundiários, todos aplicando as políticas ditadas pelo imperialismo, por fim também declararam apoio aos camponeses e fizeram uma saudação em nome da Liga Operária. Durante as falações foi apresentado pelo Comitê da área, um belo painel preparado pelo Comitê de Apoio de Montes Claros, sobre os 50 anos da Grande Revolução Cultural Proletária e a convocação para o ato de celebração que vai acontecer no Rio de Janeiro.
No final da tarde o micro-ônibus levou os visitantes para conhecerem a área, guiados por um companheiro morador. Foram até a Vila “Unidos com Deus Venceremos”, onde o Cleomar morava, de lá avistaram a linda lagoa de mais de 3 km de comprimento, banhada pelo Rio são Francisco, que mesmo estando bem baixa é fonte de sobrevivência dos camponeses.
Participaram das festividades também, com muito entusiasmo, o Grupo de Teatro Servir ao Povo, com jovens do Para Terra da cidade de Varzelândia, os jovens camponeses dançaram uma quadrilha quase improvisada, com a participação de companheiros da área e fizeram todos morrerem de rir com uma encenação do casamento “meio” forçado durante a apresentação da dança.
Ainda na noite de sábado os companheiros de Manga tiveram que ir embora, pois o transporte cedido tinha hora para voltar, durante as despedidas, os companheiros disseram que valeu a pena e que com certeza Cleomar vive na luta dos companheiros!
Por preocupações com a segurança, a festa não se estendeu pelo resto da noite, mas no domingo às 5 horas da manhã foi realizada a alvorada, o cafezinho e os preparativos para uma atividade de propaganda na feira da cidade em Pedras de Maria da Cruz. Esta atividade, que já relatamos, foi bastante exitosa e causou um zum zum zum da Revolução Agrária na cidade. Policiais militares simularam blitz nas estradas que dão acesso as Fazendas Pedras de Maria e outras, encomendados pelos latifundiários, temendo que este fosse o dia em que os camponeses fizessem tomadas dessas terras. Sobre isso, só podemos afirmar que esta batata está assando!
Propaganda e Agitação da Revolução Agrária em Pedras de Maria da Cruz
Com muita decisão, bandeiras vermelhas da LCP, fogos e consignas ao megafone de “Viva a Revolução Agrária!” “ É terra, é terra, pra quem nela trabalha e viva agora e já a Revolução Agrária” “É morte, é morte, ao latifundiário, e viva o poder camponês e operário!”, os companheiros e companheiras iniciaram a propaganda na feira dos pequenos produtores.
Clamaram apoio às famílias camponesas da região e da Área e denunciaram mais uma vez a impunidade para os bandidos latifundiários mandantes e assassinos do companheiro Cleomar, ocorrido dia 22 de Outubro de 2014. Nesta ocasião foi denunciada a farsa eleitoral e a população foi conclamada a não votar, despertando grande interesse nos presentes.
Na sequencia os companheiros seguiram para as ruas que margeiam o Rio São Francisco, conclamando os camponeses pescadores a tomar todas as terras do latifúndio, a não se calarem perante as ameaças dos latifundiários que tentam roubar as vazantes dos camponeses e não se contentarem com as migalhas dadas pelo velho Estado, da falsa demarcação de territórios que na verdade serve pra colocar massas contra massas, enquanto os latifundiários continuam praticando seus crimes, ficando impunes e aumentando sua concentração de terras.
Ao final os companheiros romperam novamente para a feira onde foi encerrado o ato com grande entusiasmo!