A brava resistência empreendida pelos posseiros contra os covardes ataques do latifúndio e desse velho Estado é marco da luta camponesa no Norte de Minas e faz parte da história de heroísmo do povo brasileiro.
Os dias 12, 13 e 14 de junho de 1967 marcam o início da brava e corajosa resistência das 212 famílias de posseiros de Cachoeirinha frente aos covardes e cruéis ataques do famigerado coronel Georgino Jorge de Souza e seu bando sob as ordens do gerenciamento militar à serviço dos latifundiários, que ameaçava, perseguia e assassinava os camponeses pobres, destruía as plantações, queimava casas e matava as criações para expulsá-los de suas terras. Diante desses bárbaros crimes os camponeses se organizaram e resistiram o quanto puderam, famílias inteiras se embrenharam pelo mato, onde a fome combinada com um surto de sarampo tirou a vida de 62 crianças. Os posseiros expulsos de Cachoeirinha seguiram lutando e vão retomando suas terras parte por parte até os dias de hoje compreendendo que sua vitória será completa com o fim do sistema latifundiário.
Saudamos o heroísmo e exemplo de luta das famílias camponesas por defender suas terras e sua liberdade. Saudamos a persistência no caminho da luta das famílias da Comunidade Vitória, Verde Água, Belvedere, Nova Esperança e tantas outras por retomá-las do latifúndio e devolvê-las aos camponeses pobres para produzir e viver com dignidade.
O sangue dos companheiros Antônio Manso, Juarez, Marcionílio, Martiniano e Ursino Preto corre nas veias dos que hoje seguem seu exemplo e sua luta!
Celebrar essa luta é reafirmar a justeza do caminho marcado a fogo, chumbo e sangue pelos posseiros de Cachoeirinha 50 anos atrás. É manter erguida a bandeira vermelha levantada pelos companheiros Jader e Sula, que participaram da resistência de 1967 e lutaram bravamente até o último dia de suas vidas pela destruição do latifúndio e entrega das terras a todos os camponeses pobres sem terra ou com pouca terra.
A Liga dos Camponeses Pobres convoca todos os camponeses pobres, remanescentes de quilombolas, indígenas, pequenos e médios proprietários, comerciantes, professores, estudantes, trabalhadores do campo e da cidade, aos honestos e de bem, para celebrarmos os 50 anos dessa batalha.
Companheiros Antônio Manso, Juarez, Marcionílio, Martiniano e Ursino Preto, Jader e Sula: Presentes na luta!
Viva a Revolução Agrária! Morte ao Latifúndio!
Abril 2017