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Vídeo: Retomada indígena é atacada brutalmente pela polícia em conluio com prefeito

Manoel Kinikinau, mesmo ferido na cabeça, diz que a resistência vai continuar!

Com informações do Comitê de Solidariedade aos Povos Indígenas (MS) 

No dia 1º deste mês de agosto, a Polícia
Militar do Mato Grosso do Sul atacou covardemente indígenas da povo
Kinikinau que ocupavam a Fazenda Água Branca, em Aquidauana, a 143 km da
capital Campo Grande. A ação ilegal e sem ordem judicial ocorreu após
cerca de 500 indígenas Kinikinau retomarem parte de seu território
tradicional na região.

A ocupação ocorreu na fazenda, que,
segundo os indígenas, tem como posseira a Fundação Bradesco e é uma área
reivindicada pelo Povo Kinikinau há muitos anos, sendo reconhecida
também por estudo antropológico já protocolado na Fundação Nacional do
Índio (Funai).

A ação truculenta contou com mais de 100 policiais militares e, inclusive, o uso de um helicóptero, que atacou de surpresa os indígenas, incluindo mulheres e crianças, tudo em conluio com o prefeito de Aquidauana, Odilon Ribeiro.

https://www.facebook.com/VozDosPovos/videos/396771877864099/

Como mostra um vídeo de denúncia produzido por entidades indígenas, o próprio prefeito gravou um vídeo em que aparece dando apoio a polícia e comemorando a violência praticada contra os indígenas. Na ocasião, ele afirma a necessidade de “dar ordem e paz para o país”.

“Nós vamos buscar a apuração dos atos
ilegais por parte dos policiais e do próprio prefeito que praticaram os
atos ilícitos. O que assistimos ontem na região de Aquidauana foi uma
coisa inusitada do ponto de vista da ilegalidade. Mato Grosso do Sul tem
um histórico de comunidades atacadas por pistoleiros, mas você ter uma
ação policial a luz do dia de forma clara e sob o comando de um prefeito
é muito grave. Pra se ter noção, os policiais estavam em um ônibus
escolar”, comentou Luiz Eloy Terena, advogado indígena da Apib
(Articulação dos Povos Indígenas).

Mesmo com esse ataque covarde e toda a intimidação das forças de repressão do velho Estado burguês-latifundiário, o povo Kinikinau permanece sem baixar a cabeça e lutando por seu território tradicional. Em vídeo produzido por apoiadores de AND, a liderança Manoel Kinikinau, ferida na cabeça durante o ataque, afirma: “Eu sou indígena … a gente não vai parar por isso, a gente vai dar continuidade na luta!”.