Reproduzimos abaixo notícia de autoria de Welita Barbosa publicada em 2 de julho de 2022 em www.anovademocracia.com.br
SP: Camponeses ocupam terra no Pontal do Paranapanema
No dia 16 de junho, cerca de 200 famílias camponesas ocuparam uma área de 700 hectares do latifúndio Fazenda Santa Rita. A terra reivindicada pelos camponeses é pública e está localizada na região de Pontal do Paranapanema, no município de Rosana, Oeste do estado de São Paulo. Segundo a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade — FNL, “a ocupação comprova a disposição dos camponeses na luta pela terra e pelo direito de viver e trabalhar no campo”.
No dia 20/05, em entrevista ao monopólio de imprensa, o governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia — PSDB, declarou que não pretende realizar novos assentamentos rurais. As famílias camponesas afirmam que ocuparam as terras de latifúndio com intuito de implantar assentamentos rurais. Os camponeses acreditam que a construção do assentamento só será levado a cabo se for realizado coletivamente e pelas próprias mãos dos trabalhadores, rompendo qualquer ilusão com representantes do velho Estado que só visam na manutenção do latifúndio no país.
Quando não são assoladas por ameaças de não implementação de novos assentamentos, as massas camponesas ainda enfrentam políticas latifundistas, tão proferidas principalmente em ano eleitoral, que visam dificultar a vida dos camponeses pobres com pouca terra, como as políticas de titulação e de crédito do velho Estado.
Quando a titulação de terras camponesas ocorre, na maioria das vezes é apenas provisória, o que além de gerar insegurança, limita o acesso ao crédito. Esse, por sua vez, é dificultado em decorrência da burocracia que exige uma colossal documentação. Se ainda assim o camponês consegue acesso ao crédito, os juros são tão altos que os trabalhadores endividados e sem condições de pagar os empréstimos, vendem a preços de “banana” suas terras aos grandes latifundiários.
Conhecendo o caminho proposto pelos reacionários, os camponeses marcham pela via de tomar todas as terras do latifúndio, tomando seu destino pelas próprias mãos. Os dados apurados pelo AND, indicam que só no primeiro semestre houveram 37 ocupações, que contabilizam mais de 18 mil pessoas que se lançaram às tomadas e retomadas de terras por todas as regiões do país.