Editorial – nº 15

Desde os meses de janeiro e fevereiro a imprensa a serviço do latifúndio desatou uma série de denúncias mentirosas em que diziam sobre grupos armados de camponeses, treinamento de guerrilha, crimes ambientais etc. O mesmo discurso fascista que utilizam as tropas americanas para invadir o Iraque, de que o povo tem armas, é utilizado para justificar as agressões de todo tipo contra o povo pobre em Rondônia.

O objetivo era preparar terreno para que a polícia e os bandos armados do latifúndio atacassem o movimento camponês. Operações militares foram realizadas em várias áreas de conflito agrário, tratando como crime um problema social. A polícia aterrorizou, torturou e interrogou pessoas inocentes, trabalhadores cujo único “crime” é serem pobres e lutarem por seus direitos.

A mesma imprensa que ataca os camponeses por supostos crimes ambientais se cala diante do projeto da construção de usinas no Rio Madeira que causarão de uma só vez mil vezes mais danos ao meio ambiente. Propagandeiam estas obras com ares de progresso e desenvolvimento quando na verdade servirão nada mais nada menos para acelerar o saque de nossas riquezas e o maior controle da Amazônia pelos gringos uma vez que são os maiores interessados. Ou seja, para manter o Brasil como semicolônia exportadora de matéria prima.

Nenhuma das acusações levianas pronunciadas nas páginas sujas destes jornais foi comprovada, pelo contrário, o que vemos é a confirmação de que a polícia e justiça atuam de forma a acobertar os verdadeiros criminosos, os latifundiários.

A onda de ataques aos camponeses segue com despejos, perseguições, processos e assassinatos. O Incra e a Ouvidoria Agrária diante destes fatos cruzam os braços e dizem que nada podem fazer, confirmando que deste governo não sai reforma agrária nenhuma mesmo.

Mas os camponeses não se abalam, seguem lutando e resistindo, o que os move é a mesma razão pela qual centenas de milhares lutam em todo o país, a enorme concentração de terras nas mãos do latifúndio, problema que demanda solução há 5 séculos.

Através da Revolução Agrária os camponeses destroem o latifúndio parte por parte. A consigna de “Tomar todas as terras do latifúndio” começa a se concretizar nas dezenas de tomadas que se espalham como pequenas faíscas e que anunciam o grande incêndio que se alastrará por todo o campo.

Os camponeses não querem viver como antes, ensaiam os primeiros passos na construção de novas organizações independentes, constroem as Assembleias Populares onde decidem eles mesmos todos os assuntos de interesse das comunidades e áreas onde vivem e trabalham.

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