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A ciência e a técnica a serviço dos camponeses

Camponês quer terra, usina quer lucro

Nesta luta pela libertação das forças produtivas do campo na Área Revolucionária Renato Natan está também a luta contra a insistência da Usina Utinga Leão em alegar propriedade desta área devoluta e habitada pelos camponeses a mais de 5 anos. Por dezenas de audiências, ao longo de 4 anos, apresenta uma documentação de outra fazenda em outra cidade.

Para quem não conhece a usina Utinga Leão é a mesma usina que não paga seus funcionários e neste ano demitiu centenas de trabalhadores sem pagar os direitos trabalhistas. Esta é a mesma que para tirar proveito das 400 famílias desabrigadas pela chuva de 2010, junto ao prefeito de Rio Largo Toninho Lins e mais 10 vereadores a Usina negociou, as escondidas, um de seus terrenos para a construção das casas para os atingidos pela cheia. O valor da venda (700 mil) foi 30 vezes menor do valor verdadeiro (21 milhões), pois a Usina tendenciosamente visava receber favorecimentos da prefeitura em troca desta venda arranjada. Aliás, como disse Lenin, os gabinetes desses gerentes não passam de balcões de negócios entre os mais ricos.

Como já é de costume dos latifundiários tirar o máximo de vantagens do trabalho alheio, pretende despejar as 50 famílias da fazenda Lajeiro para consumar as terras muito bem tratadas pelos camponeses nestes últimos anos.

A ciência e a técnica a serviço dos camponeses

“Terra para quem nela vive e trabalha!”, consigna que a cada dia ganha maior significado para os camponeses da Área Revolucionária Renato Nathan. Na manhã do dia 28 de julho aconteceu o primeiro seminário da produção na área. Com o lema de elevar a organização e a técnica da produção o seminário, realizado pela coordenação local junto com a Escola Popular e a Liga dos Camponeses Pobres nordeste, dá continuidade da luta pela terra, pão e nova democracia.

A atividade foi iniciada com as apresentações dos representes da coordenação nacional da Liga dos Camponeses, do Movimento Feminino Popular, Movimento Estudantil Popular Revolucionário. Importantes contribuições políticas foram dadas por Prof. José Nascimento da UFAL em Maceió e por Prof. Cicero Adriano da UFAL em Arapiraca. Nascimento da área de serviço social, explicou o caráter burocrático do capitalismo no Brasil e a importância da Revolução Agrária para a construção da verdadeira democracia para os trabalhadores do campo; “a gente sabe que não é através da reforma agrária que o camponês vai ter terra”, “apesar da reforma agrária ter falido temos a proposta concreta construída por vocês, que é a Revolução Agrária”.

Em sua primeira fala Adriano, que é professor de agronomia, não conteve em elogiar a produção dos camponeses, que o surpreendeu logo quando chegou nas proximidades da área. Fez questão de exaltar que ao contrário da produção de monocultura dos canaviais da usina no entorno, dos agrotóxicos e das queimas que retira a vida da terra; a “área [Renato Natan] está sendo bem utilizada, a área tem vida!”

Segundo Adriano a maioria das terras ocupadas pelas usinas na região da zona da mata alagoana nos últimos 50 anos não possuem documentação, quando não, são forjadas em cartório.

Na segunda parte do seminário a professora da área apresentou o relatório da pesquisa de produção local, o que surpreendeu muitos dos presentes; pois a divisão dos lotes, feita pelo Corte Popular, é ainda recente (dezembro de 2012), além do mais, no início deste ano Alagoas passou por um grande período de estiagem que dificultou a produção, mas mesmo assim, o trabalho total nas terras da área ultrapassou os 80%. Prof. Adriano contribui exemplificando a organização produtiva, dos trabalhos coletivos e grupos de trabalho; tirou dúvidas sobre os tipos de culturas diferentes, herbicidas naturais, a importância de se ter animal para ajudar na adubação da terra, a importância de planejar a produção individual como a produção coletiva da área etc.

O acompanhamento geral da produção e a continuidade do conhecimento técnico, iniciados no seminário, ficaram a cargo da Escola Popular da área, que já iniciou as aulas de alfabetização e uma vez por semana passa filmes populares.

O encerramento foi uma homenagem ao companheiro Osmir Venuto da Silva falecido no dia 23. Osmir teve importantes contribuições a luta camponesa no nordeste e é um exímio exemplo da aliança operária-camponesa. Por fim, foi entoada a Internacional, que representa a histórica luta dos oprimidos contra os opressores e também a música Conquistar a Terra, que é o hino dos camponeses combativos.

VIVA A REVOLUÇÃO DE NOVA DEMOCRACIA!

VIVA A LUTA POPULAR REVOLUCIONÁRIA!

COMPANHEIROS RENATO NATAN E OSMIR VENUTO, PRESENTE!