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A Usina Catende é uma farsa!

No dia 14 de abril a famigerada Usina Catende-PE teve que explicar para o povo e o Ministério do Trabalho porquê está há cinco meses sem pagar seus trabalhadores, que receberam neste período apenas cestas básicas no valor de 156 reais! Trabalhar por comida – e pouca – é pura escravidão!

A Liga dos Camponeses Pobres organizou neste dia um firme protesto com muitas bandeiras e faixas. Mais uma vez a farsa da usina foi desmascarada perante o povo da cidade. A LCP denunciou os crimes da usina contra o povo e convocou seus trabalhadores, operários e camponeses, a lutarem contra a exploração e miséria a que são submetidos pelo grupinho de burocratas e sanguessugas da Cooperativa. Aos gritos de “Viva a aliança operário-camponesa!” os operários da usina respondiam de punhos erguidos!

Os oportunistas do MST e FETAPE, que compõem a corrupta “cooperativa” estavam presentes, porém defendendo a usina, com seus advogados, o que revelou uma vez mais de que lado estes defensores do governo e do latifúndio estão.

Apesar do prazo dado pelo Ministério do Trabalho para que a Usina pagasse os trabalhadores ela não pagou, está acumulando uma multa de 5 mil reais por dia! A falência da Catende não tardará, a saída para seus trabalhadores fazerem verdadeira justiça é tomar e cortar todas as suas terras, único caminho para a prosperidade das famílias pobres e da região.

Leiam o panfleto distribuído para os operários da usina e o povo de Catende neste dia:

A Usina Catende é uma farsa!

No dia 18 de março o Ministério Público do Trabalho determinou que a Usina Catende pagasse o salário atrasado de seus 2.700 trabalhadores. O juiz da Vara do Trabalho de Catende estipulou uma multa de R$ 50 mil, mais R$ 5 mil por cada dia de atraso. As investigações do Ministério Público comprovaram que os empregados da “Cooperativa Harmonia” recebiam por quinzena uma cesta básica de R$ 105, menos da metade de um salário mínimo.

Agora, no dia 14 de abril, o Ministério Público estará de novo em Catende, pois a Usina não cumpriu a decisão judicial e continua pagando seus trabalhadores com feira.

Pagar seus trabalhadores com comida e ainda abaixo de um salário mínimo é apenas uma das várias irregularidades da Usina Catende, que demite funcionários sem fazer o acerto, enquanto diretores da Cooperativa enriquecem de maneira ilícita, comprando fazendas, ônibus e carros de luxo.

Mais de 3 mil pessoas, beneficiários do Projeto de Assentamento Miguel Arraes, foram obrigadas a assinar o projeto de investimento e fomento dando um dinheiro seu para a Cooperativa. A Usina fica com o dinheiro e a dívida fica no nome dos trabalhadores. O dinheiro que a Usina pegou emprestado no nome dos “cooperados” chega perto de 60 milhões de reais! Onde foi parar este dinheiro já que a Usina não pode nem pagar o salário de seus funcionários?

Queremos justiça! Que a Usina pague imediatamente e em dinheiro as quinzenas atrasadas dos operários e trabalhadores do campo! Ninguém é escravo para trabalhar por comida. Os camponeses de Catende devem ser livres para ter suas parcelas e têm o direito de receber integralmente os recursos de investimento e fomento. Ainda existem 1.300 trabalhadores que não assinaram a D.A.P. a justiça deve conceder imediatamente o direito deles receberem integralmente seus recursos.

Os trabalhadores de Catende já sofreram demais, até hoje não receberam suas indenizações trabalhistas; não receberam suas terras; e agora nem o salário recebem mais. Esta farsa chamada Usina Catende e Cooperativa Harmonia tem que acabar.

Pelo pagamento imediato dos salários atrasados!
Pelo acesso direto aos créditos de fomento e investimento!
Pelo corte imediato de todas as terras de Catende!
Viva a Revolução Agrária!