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Abaixo o terror policial fascista do Estado de Rondônia! Viva a Resistência do Acampamento Jhone Santos!

Camponesa acampada no Jhone Santos, filmada e provocada pelas hordas policiais, não se intimida e responde

Como foi noticiado pelos sites da polícia de Rondônia, uma “mega operação” militar cumpriu reintegração de posse no dia 18 de outubro contra o Acampamento Jhone Santos, na Fazenda Santa Aline, na região de Ji-Paraná.

Foi por panfletar em defesa dos camponeses que lutavam por esta área que 04 estudantes e um professor foram injusta e arbitrariamente presos no dia 24 de maio de 2016, fato repudiado internacionalmente que obrigou a PM a se explicar, tamanha a truculência e a ilegalidade das prisões.

Foi após várias agressões e tentativas de intimidação da PM contra os camponeses do Acampamento Jhone Santos que um dos Coordenadores da LCP na área, Sebastião Pereira dos Santos, levou seis tiros quando visitava sua família, em Vale do Paraíso, e morreu em 28/09/2016.

O documento da Fazenda Santa Aline, do grupo Amaralina, diz que a área total é de quase 2.000 hectares. Mas este mesmo grupo se aposseou de 16.000 hectares. Mais de 14.000 hectares, pelo menos, grilados e roubados do Estado (porque o documento dos 2.000 hectares também não deve ser verdadeiro).

E o explorador desta área vive luxuosamente nos Estados Unidos.

Esta é a mega operação que se jacta a polícia de Rondônia. Esta é a justiça que clamam os reacionários, os fascistas, os latifundiários ladrões de terra.

Para beneficiar um ricaço que mora nos Estados Unidos, expulsar 300 famílias brasileiras de uma terra pública!

Viva a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia! Viva a aliança camponesa, indígena e quilombola!

Por isso no Brasil a comida é tão cara, o povo passa fome. O latifúndio improdutivo manda prá fora tudo o que tira da terra, têm bilhões de financiamento, tratores, máquinas, tudo do bom e do melhor, mas quem coloca o arroz e o feijão, as verduras e os legumes na mesa do brasileiro é o camponês pobre, sob as maiores dificuldades e sempre atacado.

E mais: torturar camponeses e camponesas com afogamento; atingir com spray de pimenta centenas de camponeses, inclusive uma mãe com uma criança de 2 meses de vida no colo; queimar documentos e roupas de centenas de camponeses; destruir a roça coletiva de mais de 5.000 pés de mandioca e a horta coletiva de mais de um hectare.

Verdugos covardes, canalhas seus mandantes e os omissos!

Mas as massas camponesas que resistiram ao longo do dia 18 aos ataques fascistas da Polícia de Rondônia, com sua simplicidade e valentia, diante de um inimigo armado até os dentes, mostraram quem vai ganhar essa luta. Mostraram quanto cresce o ódio do povo contra tanta injustiça, corrupção e entreguismo dessa burguesia e desse latifúndio podres que, servindo ao imperialismo, gerenciam o país. Todas as fotos deste panfleto foram tiradas e divulgadas pela própria polícia, e mostram o que estamos dizendo e muito mais.

Cai, orvalho de sangue do escravo,

Cai, orvalho, na face do algoz.

Cresce, cresce, seara vermelha,

Cresce, cresce, vingança feroz.

Castro Alves

Convocamos uma campanha para arrecadar alimentos e roupas para as famílias que tiveram os pertences, alimentos e documentos queimados pela polícia e foram para Ji-Paraná! 

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres, 19/10/2016