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Bandos armados deram mais de 200 disparos contra acampados em Santa Elina

Cartuchos usados pelos pistoleiros da fazenda

Cartuchos usados pelos pistoleiros da fazendaMesmo após o despejo e de estarem acampadas fora da área da fazenda as famílias continuam sendo atacadas. Durante mais de um mês ocorrem ataques quase que diários de bandos armados dos latifundiários da região contra homens, mulheres e crianças indefesos.

Marcas de tiros no acampamentoOs camponeses denunciaram o ocorrido ao Incra, Ouvidoria Agrária e Polícia Federal para que providências fossem tomadas. Centenas de cartuchos deflagrados e de vários calibres usados nestes ataques foram encontrados pelos acampados e levados para a Polícia Federal. O fato é que até agora nenhum pistoleiro foi preso.

Durante o ataque mais violento foram atingidos barracos, utensílios domésticos e árvores. Ainda no mesmo dia todos os barracos foram queimados.

Torturas e espancamentos contra assentados

Jornalistas franceses visitam o local dos ataquesOs pistoleiros também invadiram a casa de um camponês vizinho a área da fazenda no assentamento Adriana. O camponês Liro, que mora no assentamento há mais de 20 anos, foi espancado e sua mulher foi deitada no chão sob a mira de armas e despejaram um galão de leite. O casal foi ameaçado de morte caso continuassem apoiando a tomada de terra. A casa do casal também foi alvo de vários disparos.

A pedido da Igreja Católica, logo após os ataques uma equipe de jornalistas franceses do canal Plus que participaram das celebrações do dia 9 de agosto em Corumbiara, esteve filmando o local e entrevistando os camponeses acampados. O material fará parte de um documentário.

Ex-assessor de senadora do PT se apresenta como policial para intimidar apoiadores

Horta coletiva construida pelas famíliasEm Cerejeiras, o bandido Sandro Barbosa, ex-assessor de Fátima Cleide (PT) que foi expulso do acampamento tentou invadir duas casas de companheiros vítimas de Santa Elina em busca de documentos do Codevise – Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina e foi impedido pelos vizinhos e amigos. Em Corumbiara ele intimidou uma comerciante dizendo ser policial federal para usar seu telefone e acessar internet de graça.


Famílias seguem acampadas

As 20 famílias que resistem na área construíram uma horta coletiva de quase 1 alqueire.

Os membros do Codevise acreditam que no mês de outubro muitas famílias retornarão para o acampamento, pois termina o período de colheita. Também estão mobilizando famílias em outras áreas. Ao todo serão cortados mais de 300 lotes.