Camponeses do acampamento Manoel Ribeiro não se intimidam com ataques do latifúndio (Vídeo)

Camponeses registraram momento da aproximação de pistoleiros ao acampamento Manoel Ribeiro. Ao fundo da imagem pode-se ver o veículo transportando os guaxebas encapuzados.

Na tarde do dia 17 de janeiro pistoleiros do latifúndio Nossa Senhora tentaram intimidar camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro. Famílias seguem firmes, organizadas e decididas a lutar pelo sagrado direito a um pedaço de terra para viver e trabalhar, ainda mais neste momento da maior crise econômica e política que o Brasil enfrenta, em meio a um recorde de casos e mortes em decorrência da Covid-19.

Acampados denunciaram que pistoleiros encapuzados e fortemente armados têm circulado pela fazenda e se aproximado do acampamento, usando várias caminhonetes, carros, motos e burros.

Os trabalhadores suspeitam que outros latifundiários da região estão apoiando o latifúndio Nossa Senhora Aparecida, com medo de que mais camponeses sem terra, e desempregados dos municípios vizinhos sigam o exemplo do acampamento Manoel Ribeiro e tomem outro latifúndio, empurrados pela grave crise.

Pelo jeito que estes guaxebas se deslocavam, andando abaixados, em movimentos militares característicos, as famílias acreditam ser possível que dentre os homens encapuzados haja a presença também de policiais atuando em conjunto na repressão, como sempre acontece.

O acampamento Manoel Ribeiro está localizado em Chupinguaia, municipio com grande concentração de terras. Desde 16 de agosto passado quase 200 famílias estão tomando o restante da antiga fazenda Santa Elina. É parte do acerto de contas histórico com o latifúndio e o velho Estado terroristas que assassinaram 14 camponeses em 1995 e até hoje seguem impunes.

Como as famílias afirmaram em panfleto: “Queremos viver em paz, mas se nos oferecerem guerra, terão guerra! Nós não sairemos de nossas terras! Estamos unidos e organizados! Se moverem aparato de guerra contra nós, para tentar nos tirar da terra, tenham certeza que resistiremos com unhas, dentes e da forma que pudermos.”

“Essas terras estão regadas com sangue dos camponeses que heroicamente resistiram e lutaram por elas em 1995 e dos povos indígenas chacinados por latifundiários e seu velho Estado. E se for necessário, juntaremos nosso sangue ao desses heróis. Assim como os combatentes de Santa Elina em 1995, hoje 25 anos depois gritamos com firmeza: Nem que a coisa engrossa, essa terra é nossa!”

Os camponeses conlamam a todos trabalhadores e verdadeiros democratas a seguir mobilizando apoio ativo ao acampamento e à Revolução Agrária.

Lutar não é crime!
O povo quer terra e não repressão!
Se o camponês não planta, a cidade não almoça nem janta!
Conquistar a terra, destruir o latifúndio!

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