Governo de Rondônia intensifica criminalização da luta pela terra a serviço de latifundiários ladrões de terra da União

Repudiamos a nova ação de criminalização do governador de Rondônia, coronel pm Marcos Rocha marionete de latifundiários e de suas polícias, chefiadas pelo secretário de segurança, também coronel pm, José Hélio Cysneiros Pachá, o carniceiro de Santa Elina. No último dia 11 de junho policiais civis prenderam 17 pessoas e cumpriram mais 4 mandados de busca e apreensão na capital Porto Velho, em Ji-Paraná, Seringueiras, São Miguel do Guaporé, Mirante da Serra e na cidade mato-grossense Várzea Grande.

logomarca de operação da polícia civil visando criminalizar a LCP

Foi um circo midiático com emprego de vários policiais as custas de recursos públicos, com direito a vídeos de propaganda e entrevistas espalhados em redes sociais e na imprensa lixo de Rondônia, onde o secretário Pachá, o carniceiro de Santa Elina, ao lado do playboy politiqueiro delegado Tiago Flores, e outros, numa cena ridícula e mal ensaiada, vomitaram seus ataques contra a luta pela terra. A operação foi batizada de “Canaã” e contou até com logomarca (sabe-se lá quanto tempo esses imbecis se dedicam a inventar essas bobagens!) contendo o sol amarelo sob fundo vermelho, da bandeira da LCP, acrescido de desenho de armas e efeito de sangue escorrendo. Por mais que digam o contrário, tudo isso tem o claro objetivo de criminalizar a luta pela terra e particularmente a LCP – Liga dos Camponeses Pobres.

No mesmo dia 11, e como parte da já conhecida e cinicamente denominada “operação paz no campo”, cerca de 60 policiais civis e militares realizaram mais um covarde despejo de camponeses, na área Valdiro Chagas, em Machadinho do Oeste. Além de serem despejados de suas terras, as famílias camponesas tiveram suas casas destruídas pela polícia e foram todas levadas para delegacia para serem fichadas e depois amontoadas e jogadas a própria sorte em um ginásio de escola em plena pandemia. Essa não foi a primeira operação de despejo contra essas famílias que já passaram antes pela mesma situação, na mesma área.

Tal ação da polícia favorece diretamente latifundiários bandidos que se dizem donos da fazenda Jatobá. Tais latifundiários são sabidamente grileiros, ladrões de terra pública da União, e com recorrente prática de pistolagem. Um desses latifundiários, André Lopes Moura, chegou a ser preso por comandar bando armado contra famílias acampadas. Depois de solto ele foi assassinado e seu irmão, Tiago Lopes Moura, assumiu seu lugar e foi pego em flagrante em áudios reveladores comprovando a contratação de policiais militares da região como pistoleiros da fazenda Jatobá. Tais crimes permaneceram impunes, e os que enchem a boca pra falar em “cumprir a lei”, sempre aplicam dois pesos e duas medidas. Para os pobres todos rigores da lei, para os latifundiários ladrões de terra da União, ricaços parasitas da Nação e sanguessugas e opressores dos camponeses, para esses não existem leis, só privilégios, e se fazem de surdos e cegos diante de evidentes e graves crimes.

No cone sul de Rondônia, diferentes forças policiais seguem promovendo terror contra os camponeses, atacando, ameaçando, invadindo residências, efetuando prisões, promovendo caçada de militantes e apoiadores da LCP.

Recentemente o bandido latifundiário Toninho Miséria, que se diz dono do latifúndio Nossa Senhora Aparecida, contratou novos guaxebas, dessa vez acobertados como “empresa de segurança”. Esse bando armado, com a cobertura da pm, está tocando o terror na região, desfilam impunemente por toda parte com armas a mostra, fazem disparos a esmo, cortam cercas e invadem residências sem mandados, ameaçam, humilham e intimidam camponeses da região. Recentemente queimaram na beira da estrada a moto de um trabalhador.

O carniceiro de Santa Elina, Hélio Pachá, cumprindo papel de porta-voz dos energúmenos, estrategistas de massacres de gente pobre desarmada, canta como vitória a retirada das famílias da área Manoel Ribeiro, mas a verdade é que fracassaram vergonhosamente. Resistimos bravamente, a polícia foi colocada pra correr inúmeras vezes e nunca conseguiram entrar no acampamento. Depois foram feitos de bobo, e todo o aparato de guerra montado para nos provocar e justificar outro massacre de famílias de trabalhadores honrados não serviu para o que pretendiam. Queriam nos massacrar ou prender a todos. Mas levaram mais uma bolada nas costas. Nos retiramos debaixo das barbas deste bando de covardes armados até os dentes. Quando as tropas de abestados cercaram e invadiram o acampamento se depararam com a área vazia, e a faixa que tanto os assombra, “VOLTAREMOS MAIS FORTES E MAIS PREPARADOS!” E repetimos, essa promessa será cumprida, quando menos se esperar, voltaremos e retomaremos aquelas terras, regadas de sangue indígena e camponês, que são do povo por direito.

Com as famílias da área Manoel Ribeiro fora do alcance desses covardes, buscam se vingar em cima dos 4 jovens lutadores, presos políticos, Ezequiel, Luis Carlos, Estefane e Ricardo, presos arbitrária, ilegal e injustamente na área Manoel Ribeiro, no último dia 14 de maio, lhes imputando pesadas condenações. Para isso estão negando as apelações da defesa dos presos, e acelerando o processo, e a primeira audiência já está marcada para o próximo dia 29 de junho. Urge erguermos uma ampla e firme campanha pela liberdade destes bravos companheiros. Liberdade imediata para os companheiros Ezequiel, Luis Carlos, Estefane e Ricardo!

Recentemente tivemos nossa sede invadida pela polícia civil por duas vezes em menos de dois meses, sendo que na última, no dia 2 de junho, arrombaram a porta, escangalharam os móveis e levaram o que acharam, ou seja, cartazes, impressos, jornais etc.

Todos esses acontecimentos não são fatos isolados, mas parte de orquestrada campanha de criminalização e demonização dos camponeses em luta e da nossa combativa e honrada organização camponesa LCP – Liga dos Camponeses Pobres.

Todos esses ataques na verdade só comprovam o desespero do latifúndio, do governo que os serve, e seus porta-vozes, pois se apavoram ao ver cada vez mais massas camponesas se organizando de forma combativa para garantir o justo direito a terra para quem nela trabalha, para tirar o sustento de suas famílias e viver com dignidade. A democratização do acesso à terra, é uma ameaça aos indecentes privilégios dos poderosos e endinheirados que se nutrem deste putrefato sistema de exploração e opressão secular de nosso país. Por isso o latifúndio e o velho Estado não fazem outra coisa senão reprimir e quando muito oferecer migalhas. Mas o povo não quer, nem precisa de esmola.

Se enganam quem acha que vai parar a luta pela terra com repressão. Enquanto a terra estiver concentrada nas mãos de um punhado de latifundiários parasitas da Nação, a luta pela terra a favor dos camponeses vai continuar independente da vontade de quem quer que seja. E o que fazem com crescente repressão é escancarar e deixar claro que esse governo, é o mais fiel defensor do latifúndio, e nem a falida “reforma agrária do governo” são capazes de aplicar. Só lhes resta o vergonhoso e criminoso papel de servir de guaxebas do latifúndio ladrão de terras da União. E por outro lado fica cada vez mais claro, que a Revolução Agrária é único caminho possível para a conquista da terra aos pobres no campo. O povo vai conquistar sua “terra prometida”, não pela ação do governo ou de algum falastrão, mas através das massas organizadas em luta combativa e independente, cada vez mais consciente e dispostas a empregar todos os meios necessários para conquistar a terra e remover todos obstáculos de seu caminho para transformar a sociedade e ter um novo país para as gerações futuras, sem exploração e opressão, e onde realmente exista justiça e uma nova democracia.

Abaixo a criminalização da luta pela terra! Fim das perseguições, prisões e processos!

Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro!

Conquistar a terra, destruir o latifúndio!

Terra para quem nela trabalha! Viva a Revolução Agrária!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

12 de junho de 2021

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