Camponeses em Messias fazem seminário em defesa do boicote!

Em meio as disputas eleitorais que emporcalham as ruas com “santinhos” centenas de promessas de campanha, e uma chuva de candidatos que afirmam insistentemente possuírem a solução de todos os problemas sociais na área da saúde, da educação da segurança etc. emerge em Messias a discussão do novo caminho. Enquanto se acirrava, na última semana para primeiro turno, a busca incansável por votos, na Área Revolucionária Renato Nathan era realizado o seminário “Nosso caminho de Nova Democracia e o Processo Eleitoral do Velho Estado”, realizado pela AMPAFFAL junta a LCP-NE.

Com a presença de professores e estudantes da UFAL, representantes da Escola Popular e do MEPR e uma centena de camponeses do Lajeiro, foi realizado o seminário. A discussão pontuou o que representa não participar do processo eleitoral, que no desenvolver do debate, passou a ser denominado como farsa eleitoral. Camponeses interviram e tiraram dúvidas sobre como o voto nulo ou o não comparecimento nas urnas são alternativas para não legitimar as roubalheiras e falcatruas que fazem os gerentes de Estado, alto intitulados representantes do povo.

Muitos saudaram a importância de discutir este tema em contra ponto a enxurrada de propaganda na tv e no rádio, que repete inúmeras vez afirmações como “a luta popular se manifesta nas urnas” e de que “nas eleições é chegada a hora de exercer a democracia”. Falam assim, como se depois das eleições a vida do povo tivesse alguma melhora, na verdade nas eleições burguesas apenas de 2 em dois 2 anos, nos dias de votação, existe a tal “democracia” popular, o resto dos dias e anos o povo nada pode escolher além das diferentes formas de repressão policial, militar, pistolagem e por ai vai. Há muito ainda para se discutir e se aprofundar neste tema, mas com certeza esses debates abrem o caminho para elevar o conhecimento popular das massas em luta por uma Nova e Verdadeira Democracia.

Assembleia da AR Renato Natahan é construída em resposta à ameaça de despejo

A realização do seminário em defesa do boicote foi a primeira atividade coletiva do novo galpão de assembleia da área. O orgulho da construção deste espaço é correspondente ao esforço coletivo da construção e da importância que ela representa. A decisão de construir foi definida a quase um ano atrás, dentro de um plano onde primeiro seria a ponte (construída no início do ano), depois o galpão da assembleia (concluído no mês retrasado), a fundação da associação da área (AMPAFFAL), a próxima será a construção da casa de farinha (os maquinários já foram adquiridos), daí a Escola Popular etc. Pelo esforço, pelo trabalho coletivo, pelo planejamento já são elementos suficientes para considerar a importância desta obra, mas a situação da realização foi o principal elemento. Enquanto o usineiro mexia seus pauzinhos para reinventar pose sem comprovação, os camponeses construíam o símbolo de sua organização em resposta, como parte da vitoriosa resistência ao inimigo.

Cuidadosamente cada bloco foi colocado, quem não era pedreiro era ajudante, quem carregava areia, trazia água, quem não podia fazer muito esforço coordenava os trabalhos, enfim, como em todo trabalho revolucionário: sempre existe tarefa para todos que queiram se dispor a trabalhar… Dividido sempre aos domingos o mutirão de construção, por vezes teve que ser adiado, por causa da chuva ou por causa de outras atividades mais importantes, mas em nenhum momento a proximidade da data da reintegração de posse impediu os trabalhos, muito pelo contrário, a animação e crença na força camponesa em vencer essa etapa da luta se misturaram ao cimento para erguer solidas paredes na luta por Pão, Terra e Nova Democracia.

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