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Companheiro Alexandre é mais um preso político da luta pela terra

Desde o dia 15 de outubro, está preso em Curionópolis, a 100 km de Marabá/PA, o companheiro Alexandre Macedo de Oliveira. Alexandre foi preso durante a reintegração de posse contra 150 famílias que lutavam reocupando o latifúndio Pioneiro, entre Marabá e Curionópolis, no sul do Pará.

Aos verdadeiros democratas e apoiadores da luta camponesa combativa

Ao movimento sindical

Às organizações de defesa dos direitos humanos

Desde o dia 15 de outubro, está preso em Curionópolis, a 100 km de Marabá/PA, o companheiro Alexandre Macedo de Oliveira. Alexandre foi preso durante a reintegração de posse contra 150 famílias que lutavam reocupando o latifúndio Pioneiro, entre Marabá e Curionópolis, no sul do Pará.

Estas famílias já lutam pela terra pelo menos a quatro anos, tendo sofrido em agosto deste ano reintegração de posse violenta, que destruiu toda a produção de cupuaçu, coco, seriguela, caju, acerola, açaí, manga e outras frutas que as famílias cultivavam.

Alexandre nem imaginava que havia uma ordem de prisão contra ele. Mas, pasmem, o Delegado José Humberto de Melo Junior, da DECA – Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá/PA, já havia requerido sua prisão preventiva. E o fez junto com a de outros 08 (oito) camponeses de vários movimentos, sob o pretexto de perturbação da ordem social, baseada em falsa acusação do gerente do latifundiário. Com parecer favorável do Promotor Danyllo Colares, a prisão preventiva foi decretada pelo Juiz Claytoney Passos Ferreira,

Os argumentos absurdos que fundamentaram o pedido de prisão preventiva apresentados pela DECA e reafirmados pelo Ministério Publico e pelo juiz, revelam o clima de terror que reina no Estado do Pará contra os camponeses que lutam pela terra, e a criminalização absurda que sofre o movimento camponês combativo. Reproduzimos abaixo alguns trechos:

“… esse movimento social (a LCP) envolvido com a luta pela reforma agrária é considerado … uma das organizações mais violentas e atuantes no Estado do Pará.”

“… obriga aos proprietários das terras a se protegerem e eventualmente reagirem às ações violentas promovidos por grupos de pessoas que acreditam… na ideologia de que a luta armada e agressões são o caminho para conseguirem seus objetivos.”

Comprometemo-nos, tão logo possamos digitalizar, a enviar a cópia integral do pedido de prisão preventiva, parecer do MP e decisão do juiz, pelo absurdo de seus argumentos. Depois destas “considerações” iniciais, a DECA levanta dados da violência no campo, das mortes e ameaças de e contra os camponeses, e conclui que as vítimas, os camponeses, são quem devem ser presos!!!

No momento, estamos nos empenhando em levantar o recurso para pagar a fiança do companheiro, fixada em R$ 2.000,00, como única forma de garantir que este possa se defender das falsas acusações.

O companheiro ALEXANDRE é mais um PRESO POLÍTICO DA LUTA PELA TERRA!!!

Por estes motivos estamos solicitando o apoio para levantar os recursos necessários para pagar a fiança e garantir a liberdade do companheiro Alexandre.

Contando uma vez mais com os companheiros, reafirmamos nossa convicção na luta pela terra e no nosso compromisso de jamais arriar as bandeiras da luta pela “terra, pão, justiça e uma Nova Democracia!”

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres