Despejo na área Zé Porfírio: Como Incra e Polícia tratam a luta pela terra

Dias depois este barraco e os pertences ainda foram queimadosNo dia 30 de julho de 2013, várias viaturas com policias e homens sem farda armados (ao que tudo indica pistoleiros) derrubaram e queimaram 4 casas e provavelmente 10 barracos (moradores não têm certeza, pois não puderam andar em toda a área, mas viram a fumaça). Eles roubaram tábuas e móveis das casas dos camponeses. A moto de um camponês que estava escondida no mato, na área vizinha, foi queimada. Uma família guardou seus pertences numa área vizinha e mesmo assim foram roubados: fogão, geladeira, TV, antena parabólica, móveis, bicicleta, capacete, mais de 800 reais em dinheiro.

O Ouvido Agrário Regional, Erasmo prometeu levar cesta básica, lona e corda para camponeses saírem e que os apoiariam até terminar a negociação. Moradores participaram de uma reunião com Flávio (superintendente do Incra) e Gercino, em Porto Velho, no dia 23 de julho de 2013. Flávio disse que o Incra estava negociando, mas a proprietária (Madalena) desistiu da negociação. Gercino disse que não poderia fazer nada a respeito da ordem de despejo. Ofereceu lona e cesta básica pros camponeses irem pra outra área, mas não podia fornecer o local. Uma moradora disse que podiam ir pra estrada que é público. Então, Flávio disse: estou vendo que vocês são famílias de bem, vou intervir, fazer uma nova negociação com a proprietária.

Uma moradora que teve seus pertences roubados ligou para o Ouvidor Agrário Gercino, que acionou a polícia agrária (Ji-Paraná). O Major Ângelo acompanhou-a até a área para saber de seus pertences roubados. Alguns deles estavam na sede da fazenda (a geladeira estava toda furada de faca). O restante de seus pertences, que ainda estavam no barraco, foram queimados, pouco antes da chegada deles.

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