A foto do arsenal é do MPE-MT. A reportagem abaixo do site “De olho nos ruralistas”:
“Acompanhado pelas polícias Militar, Civil e Ambiental do estado, o MPE buscava 1.900 cabeças de gado quando se deparou com arsenal, nas propriedades Paredão, Jaturana e fazenda Shangrilá. A fazenda Paredão é de Marcos Antônio AssiTozzati, ex-assessor de Padilha. Como não possui sede própria, ela utiliza a estrutura da fazenda Jasmin Agropecuária, que pertence ao ministro – um dos principais do governo Temer. Nos alojamentos da Jasmin foram encontradas mais duas espingardas calibre 36.
As equipes também encontraram provas de desmatamento em área de preservação permanente e produtos tóxicos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. A apreensão do gado foi determinada para cessar os danos ao meio ambiente, conforme a Lei 9.605/98 (impedir ou dificultar a regeneração de vegetação). Caso Tozzati, apontado como dono do gado, não retire o rebanho em um prazo de 72 horas, terá de pagar uma diária de R$ 1 mil por cabeça.
As fazendas ficam no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, fronteira com a Bolívia, a 520 quilômetros de Cuiabá.
Trabalho escravo
Na Fazenda Paredão, os fiscais identificaram péssimas condições nas acomodações dos funcionários, com presença de galões de gasolina e vasilhames de agrotóxicos. O MPE encaminhou fotos dos alojamentos para o Ministério do Trabalho. Há suspeita de trabalho análogo à escravidão.
A operação já bloqueou R$ 108 milhões em bens, determinadas pela Justiça de Mato Grosso por degradação ambiental em 51 propriedades rurais. A esposa de Padilha, Maria Eliane, também teve R$ 3 milhões bloqueados pela Justiça. Ela é sócia do ministro em uma das fazendas. As decisões são do juiz Leonardo de Araújo Costa Tumiati.”
Ao Ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) estão subordinados o INCRA e a FUNAI, que seriam os órgãos responsáveis pela “Reforma Agrária” e pela “regularização dos territórios indígenas”.
E então, senhores? Vocês não vão falar nada do latifundiário usineiro e Presidente do Senado Renan Calheiros, que se recusou a cumprir liminar do Superior Tribunal Federal? Mas quando os camponeses se recusam a cumprir liminares de reintegração de posse (estas sim, sentenças em que os juizecos que a proferissem seriam enquadrados no abuso de poder) de terras públicas que já foram inclusive destinadas ao INCRA, cuja posse do latifúndio é flagrante desrespeito e escárnio à democracia que vocês tanto jactam, o que vocês vociferam contra os camponeses e a LCP? “Cadeia”, “quadrilha”, “bandidos”, “pena de morte”, “desrespeito à lei”, etc., etc., etc.
Apoiar a luta dos camponeses pobres, indígenas e quilombolas, nunca foi tão importante como nestes dias que vivemos em que a colossal crise do imperialismo e do capitalismo burocrático no Brasil expõe as vísceras desta ditadura que vivemos, pois no “salve-se quem puder” de latifundiários e burgueses e seu monopólio de imprensa, o discurso de “respeitar a democracia” utilizado para resguardar injustiças e interesses de classe viraram letra morta por quem tanto o utiliza para atacar a luta do povo, principalmente a luta camponesa.
Viva a luta pela terra!
Terra para quem nela vive e trabalha!
Viva a Revolução Agrária!
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres