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II Encontro dos Camponeses do Sul e Sudeste do Pará

Nos dias 7 e 8 de abril, foi realizado o 2º Encontro Camponês do Sul e Sudeste do Pará realizada em Marabá. A reunião contou com a presença de camponeses de toda a região, comunidades quilombolas, indígenas e atingidos pela mineração, além da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), as Brigadas Populares e representantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL).

Os participantes fizeram análise de conjuntura focando principalmente no aumento da repressão no campo, na necessidade e disposição dos camponeses em resistir. Foram citadas as ações violentas das empresas mineradoras como a Vale e a Hydro Alunorte e o menosprezo cada vez maior do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) pelas demandas dos camponeses. Na cidade, o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, executada por denunciar os assassinatos de jovens negros por policiais militares nas periferias, e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio, foram consideradas como mais uma etapa do golpe militar contrarrevolucionário preventivo e aumento da repressão em curso orquestrado pelas classes dominantes.

Os movimentos enfatizaram que somente as massas organizadas e em luta podem resistir à intervenção militar ampliada das Forças Armadas e do imperialismo, abandonando qualquer ilusão de que as eleições mudarão alguma coisa.

Segundo o coordenador da Comissão Nacional da LCP, Ronaldo, o mais importante do encontro foi a unidade criada em torno desta linha de atuação. “Os participantes do encontro mostraram uma qualidade de ter clareza da luta que se está colocando neste momento. A expectativa de criar uma unidade entre as Brigadas Populares, a LCP e dos sindicatos rurais e dos trabalhadores com presença na mobilização para se ter mais gente cumpriu o objetivo melhor do que se esperava”, destacou.

Como frutos do segundo encontro foram aprovadas uma carta em conjunto dos movimentos, a organização de um novo encontro em Pau D’arco, dia 24 de maio – dia da chacina – , realizar desde já os preparativos para o Encontro Camponês do Pará e Maranhão nos dia 21 e 22 de julho, e uma campanha pela soltura do padre Amaro, ativista social a favor dos povos da Amazônia, que foi preso e acusado injustamente em Anapú.

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